Número de deslocados internos bate recorde mundial e chega a 71,1 milhões
Crise climática e violência continuam sendo principais influências para aumento da cifra
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O avanço da crise climática e a promoção de conflitos prolongados, como a guerra na Ucrânia e as batalhas no Sudão, continuam levando milhares de pessoas a fugir de casa. Dados do Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno (CMDI), divulgados nesta 5ª feira (11.mai), apontam que, apenas em 2022, o número de deslocados internos atingiu 71,1 milhões, quebrando mais um recorde mundial.
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A cifra representa um aumento de 20% em relação ao registrado no ano de 2021, quando foram contabilizadas 59,2 milhões de pessoas. Segundo o CMDI, quase três quartos dos deslocados vivem em 10 países, incluindo Síria, Afeganistão, República Democrática do Congo e Sudão - que continuam enfrentando conflitos internos. Na Ucrânia, a invasão russa provocou quase 17 milhões de deslocamentos.
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"A guerra na Ucrânia também alimentou uma crise global de segurança alimentar que atingiu mais duramente os deslocados internos. Esta tempestade minou anos de progresso feito na redução da fome e da desnutrição global", disse Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para os Refugiados, acrescentando que 75% dos países com deslocados internos enfrentam crise de segurança alimentar.
Apesar dos conflitos representarem 28,3 milhões de deslocamentos em 2022, a crise climática continua prejudicando ainda mais as populações. Durante o período, 32,6 milhões de pessoas precisaram fugir de desastres naturais, como inundações e secas, sendo 7,4 milhões apenas do continente africano.
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"Há uma necessidade crescente de soluções duradouras para atender à escala dos desafios enfrentados pelas pessoas deslocadas. Isso abrange a expansão da assistência monetária e programas de subsistência que melhoram a segurança econômica dos deslocados internos, até investimentos em medidas de redução de riscos que fortalecem a resiliência de suas comunidades, " avalia Alexandra Bilak, diretora do CMDI.