Itamaraty reitera a chanceler russo pedido de cessar-fogo na Ucrânia
Sergey Lavrov disse que visões de Brasil e Rússia são similares em relação a questões da atualidade
Rafaela Vivas
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, recebeu nesta 2ª feira (17.abr) o chanceler da Rússia, Sergey Lavrov, no Palácio do Itamaraty, em Brasília e afirmou ter reforçado o pedido do Brasil por um cessar-fogo imediato russo na Ucrânia.
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"Reiterei nossa posição em favor de um cessar-fogo imediato, de respeito ao direito humanitário, de uma solução negociada com vistas para uma paz duradoura que contemple as preocupações de ambos os lados", disse Mauro Vieira.
O chanceler ressaltou que o governo russo está interessado em solucionar o conflito o mais rápido possível.
Após a reunião, o diplomata russo disse que as negociações com o governo brasileiro foram "cordiais" e que a Rússia entende a posição do Brasil em relação à guerra. Lavrov agradeceu ao Brasil pela contribuição para a solução do conflito na Ucrânia e disse que a Rússia vai se manifestar a favor da participação do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O russo ainda afirmou que os dois países têm abordagens similares em relação a questões da atualidade, sem citar diretamente a Guerra da Ucrânia.
"Falamos sobre várias questões relevantes da agenda internacional e regional, ressaltando que as abordagens de Brasil e Rússia de questões atualmente acontecendo no mundo são similares. Os dois países estão unidos pelo desejo de contribuir para uma nova ordem mundial mais democrática e mais policêntrica, baseada no princípio fundamental da soberania e da igualdade dos Estados", afirmou Lavrov.
O comentário vem em meio aos repetidos pedidos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o fim do conflito. O pestista tem defendido que um grupo de países neutros, que não estão envolvidos no conflito com a Ucrânia, incluindo Brasil e China, mediem as negociações para o fim da guerra. Ele também defendeu recentemente que os EUA parem de "incentivar a guerra".
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A guerra já dura mais de um ano, desde que as forças russas invadiram o território ucraniano, em meio a conflitos regionais e à atuação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em países próximos à fronteira com a Rússia.
Após o encontro no Ministério das Relações Exteriores, o russo seguiu para o Palácio da Alvorada com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, onde será recebido pelo presidente Lula.