Brasileiras aguardam decisão da Justiça alemã sobre provas de inocência
Evidências foram enviadas pelo governo brasileiro na última semana
José Luiz Filho
O governo brasileiro enviou para a Justiça da Alemanha as provas da inocência de duas turistas goianas presas na Alemanha há mais de um mês por tráfico internacional de drogas. Os documentos seguem sob análise.
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Uma investigação da Polícia Federal, no Brasil, revelou que elas foram vítimas de uma quadrilha que age no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
A troca das etiquetas de bagagem é feita numa área restrita a prestadores de serviço das companhias aéreas, no aeroporto mais movimentado do Brasil.
Em uma imagem, é possível ver o momento em que o funcionário substitui a identificação de uma das malas dentro de um contêiner de transporte.
As bagagens pertenciam às brasileiras Kátyna Baía e Jeanne Paolini, que saíram de Goiânia para uma viagem de férias na Alemanha, e faziam escala em São Paulo.
Elas foram detidas, há mais de um mês, quando desembarcaram no aeroporto de Frankfurt, por suspeita de tráfico internacional de drogas. Nas malas que chegaram ao destino, etiquetadas com os nomes das brasileiras, havia 40 quilos de cocaína.
Para o procurador-geral da República, Augusto Aras, o caso teria sido solucionado se o Brasil já tivesse concluído o processo de adesão à agência europeia de cooperação judicial.
"Se nós estivéssemos já integrados à Eurojust, eu creio que a mera comunicação nossa, do Ministério Público brasileiro com o mMP alemão, já poderia ter superado esse assunto, e as duas brasileiras não ficariam mais de 15 dias, ou um mês, presas indevidamente", afirmou Aras.
A irmã de Katyna disse que vai para a Alemanha junto com a advogada das brasileiras. "A gente quer visitá-las, e o nosso maior sonho é trazê-las de volta com a gente pro Brasil", afirmou Lorena Baía.
O que aconteceu com Kátyna e Jeanne, em Guarulhos, pode acontecer também com qualquer outro passageiro que despache a bagagem, mas algumas medidas tomadas na hora do check-in podem dar ao viajante mais segurança e servir como prova contra uma possível fraude.
A recomendação do especialista em seguro de viagens, Gelson Popazoglo, é ter o registro da mala com a identificação da companhia e do passageiro, no balcão de despacho, tirando fotos ou fazendo vídeos.
"Um vídeo de 10 segundos você tem uma prova que é irrefutável, você tem um vídeo demonstrando a sua bagagem e as etiquetas que você colocou", diz Gelson.
A empresa que administra o Aeroporto de Guarulhos afirmou que o manuseio de bagagens é de responsabilidade das empresas aéreas. A Latam -- companhia pela qual Kátyna e Jeanne viajaram -- disse que colabora com as investigações e que nenhum dos funcionários envolvidos pertence à empresa. O Itamaraty afirmou que o consulado-geral do Brasil em Frankfurt presta assistência às brasileiras.
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