Finlândia se tornará membro oficial da Otan na 3ª feira
País foi autorizado a integrar aliança militar após aval da Turquia
Está decidido: a Finlândia se tornará o 31º membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na 3ª feira (4.abr). Entrada foi informada pelo secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, nesta 2ª feira (3.abr).
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Sobre a iminente adesão, Stotelberg disse que a terça-feira será "um bom dia para a segurança da Finlândia, para a segurança nórdica e para a Otan como um todo". O chefe ainda anunciou que amanhã haverá uma reunião ministerial para marcar a entrada da Finlândia na aliança.
Aprovação
A Finlândia esperava desde o ano passado as autorizações da Hungria e da Turquia para concretizar sua adesão ao bloco, visto que qualquer país integrante da organização pode vetar a entrada de novos membros. No início da semana passada, a Hungria aprovou a candidatura finladesa; Turquia também chancelou a candidatura ao fim da semana.
"Todos os 30 membros ratificaram a filiação da Finlândia. Eu quero agradecer a cada um dos membros por sua confiança e apoio", disse o presidente finlandês Sauli Niinisto sobre a aprovação do país. Segundo Niinisto, a Finlândia será um aliado "forte e capacitado, comprometido com a segurança da aliança".
Risco russo
A Finlândia e a Suécia se comprometeram com a Rússia por décadas de não integrarem a Otan; a Finlândia compartilha uma longa fronteira com o país comandado por Vladmir Putin.
Contudo, com a invasão russa à Ucrânia, os países passaram a reavaliar seus status de neutralidade, quando foram convidadas pela Organização a participarem do bloco, depois de demonstrarem interesse na aliança.
Com a maioria dos membros aprovando as candidaturas, apenas a Turquia e a Hungria, travavam a aprovação, que aconteceu semana passada. A Suécia ainda não foi oficializada, por ainda sofrer resistência turca.
O presidente russo já havia anunciado que, caso a Finlândia entrasse na organização, sofreria retaliação. A Otan é entendida por Moscou como um dos maiores inimigos russos.
Em coletiva de imprensa, Stoltenberg afirmou que Putin ordenou a invasão da Ucrânia "com o claro objetivo de ter menos Otan", disse. "Mas ele receberá exatamente o contrário em troca", concluiu.
Novo governo finlandês
O partido de centro-direita Coalizão Nacional (NCP) ganhou as eleições parlamentares na Finlândia, no domingo (2.abr). Com o resultado, a primeira-ministra de centro-esquerda, Sanna Marin, não conseguiu se reeleger. Marin, de 37 anos, tornou-se a primeira-ministra mais jovem do mundo ao assumir o cargo em 2019.
Marin foi responsável por submeter a candidatura da Finlândia à Otan. A primeira-ministra também se tornou conhecida por romper com a neutralidade diante da Rússia e declarar apoio à Ucrânia.
O líder da NCP e provável novo primeiro-ministro, Petteri Orpo, de 53 anos, garantiu em comunicado público que a Finlândia manterá o apoio à Ucrânia.
"Primeiro para a Ucrânia: estamos do lado de vocês lado, com vocês", disse Orpo à agência de notícias Associated Press no evento que celebrou a vitória do NCP.
"Não podemos aceitar esta guerra terrível. E faremos tudo o que for necessário para ajudar a Ucrânia, o povo ucraniano, porque eles lutam por nós. Isso está claro."
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