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Os brasileiros que votam no Oscar

Rodrigo Santoro, Carlos Saldanha e Daniel Rezende contam o que falta ao Brasil para chegar à premiação

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Carlos Saldanha, Daniel Resende e Rodrigo Santoro tem direito a votar no Oscar 2023
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Dezenas de profissionais brasileiros da área do cinema participam das votações do Oscar. Entre eles, os que já receberam alguma indicação, que são convidados automaticamente para fazer parte da Academia de Artes e Ciência Cinematográficas, mas, também há espaço para recomendações especiais. Nos últimos anos, que a instituição busca intensificadamente ter mais diversidade e representatividade, os convites para artistas internacionais se intensificaram.

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Dentre os brasileiros que fazem parte da Academia e podem votar estão, por exemplo, Walter Salles e Fernanda Montenegro, diretor e estrela de "Central do Brasil", último filme brasileiro a ser indicado na categoria de Melhor Filme Internacional (na época, se chamava Melhor Filme Estrangeiro). Fernanda Montenegro estava na lista de Melhor Atriz, em 1999. Ela foi a primeira latino-americana indicada na categoria e ainda hoje é a única a concorrer por uma atuação em português.

Alê Abreu, indicado com seu "Menino e o Mundo" à Melhor Animação, em 2016, Petra Costa, diretora de "Democracia em Vertigem", que concorreu em 2020, na categoria de Documentário, e Pedro Kos, que apareceu na lista no ano passado com o curta "Onde eu Moro", são alguns dos últimos brasileiros que entraram na Academia por terem ficado entre os cinco finalistas.

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Em 2004, "Cidade de Deus" apareceu em quatro categorias: direção (Fernando Meirelles), Roteiro Adaptado (Bráulio Mantovani), Fotografia (César Charlone) e edição, assinada por Daniel Rezende, que nos contou como é o processo de votação.

"Cidade de Deus", de 2004 | Reprodução

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"Eu voto no setor de montagem porque fui indicado nessa categoria, apesar de hoje eu trabalhar muito mais como diretor. Para chegar aos indicados voto em Melhor Filme e Melhor Montagem. Todo mundo na primeira fase vota na sua categoria e em Melhor Filme. Agora (na fase final) vota em tudo. Eu fico muito feliz e orgulhoso de representar o Brasil no que há de maior no cinema mundial", contou Rezende ao SBT News.

Daniel Rezende em entrevista ao Hollywood News | Reprodução/SBT News

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"Rio" (2011) concorreu com a Melhor Música Original e colocou os músicos Sérgio Mendes e Carlinhos Brown na Academia. O diretor da animação, Carlos Saldanha, é o único brasileiro que já foi indicado duas vezes: Melhor Curta, "Gone Nutty", em 2004 -  que também fez história sendo o primeiro curta de animação dirigido por um latino-americano na categoria - e como Melhor Animação, com  "O Touro Ferdinando", em 2017.

Carlos Saldanha é o único brasileiro indicado duas vezes ao Oscar | Cleide Klock/SBT News

"Você tem que assistir a todos os filmes. A Academia tem um aplicativo onde a gente tem acesso a todos os filmes e consegue ver tudo. É muito divertido, tem muita coisa boa", contou Saldanha.

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Dentre os que ainda não foram indicados, mas que por seu leque de produções entraram como convidados, está o ator Rodrigo Santoro, que há exatos 20 anos fez sua primeira participação especial em um filme hollywoodiano, "As Panteras: Detonando" (2003). Desde então, é um dos brasileiros com maior participação em produções americanas, junto com Wagner Moura e Alice Braga, que também votam. Santoro foi convidado a entrar na Academia em 2017.

Santoro fez estreia no cinema hollywoodiano há 20 anos | Reprodução/SBT News

"Eu adoro, a melhor parte não é nem votar, é quando os filmes chegam. Eu sou da época que eles vinham na caixinha, adorava receber os DVDs, ainda inclusive há a opção de pedir para receber os DVDs, acho que vai acabar. Mas eu adoro ter os filmes. Adoro essa época, é maratona, é o meu parque de diversões", contou Santoro em entrevista exclusiva ao SBT News.

O que falta para o Brasil

Mas se por um lado os brasileiros participam votando, já faz 24 anos - desde "Central do Brasil" - que uma produção do nosso País não é indicada na categoria de Melhor Filme Internacional. O que é preciso fazer para que possamos ter mais poder de concorrência? 

"Central do Brasil", de 1998 | Reprodução

"Acho que precisa ter mais produção, mais pessoas envolvidas, a gente vai chegar lá. A gente fica sempre na torcida para que a gente continue avançando na parte cinematográfica, na cultura, espero que tenha uma mudança boa agora e é torcer para que a gente tenha novos projetos", diz Saldanha.

"Antes de pensar por que a gente não tem uma indicação, temos que olhar para o nosso cinema. A própria Coreia do Sul que ganhou o Oscar, há quanto tempo o país incentiva a cultura? O México que investe há muito tempo e seus cineastas conversam e trocam, é um cinema que tem um discurso", conta Rezende.

"É difícil responder a essa pergunta. Muita gente fala em perfil do filme do Oscar. O filme quando arrebata, independente da história, da língua, da cultura, quando ele é arrebatador, ele chega ao espectador. Se tivesse fórmula a gente saberia como fazer, mas a gente precisa produzir e encontrar histórias, e isso não falta. O país como o Brasil, com maior diversidade de norte a sul, a gente tem de tudo, matéria prima, talentos, a gente precisa é que essa indústria se fortaleça", analisa o ator Rodrigo Santoro. 

Assista no vídeo as respostas na íntegra:

Mais Brasil

Em 1945, Ary Barroso foi o primeiro compositor latino-americano a ter uma composição indicada ao Oscar de Melhor Canção Original "Rio de Janeiro", do filme "Brazil", de Joseph Santley. Mas, quem levou a estatueta foi "Swinging on a Star" composta por James Van Heusen (1913-1990) para "O Bom Pastor", estrelado por Bing Crosby.

"Orfeu Negro" (apesar de ter representado a França) foi o primeiro filme latino-americano indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional (1960). É o único de língua portuguesa na história do Oscar a vencer o prêmio.

"O Pagador de Promessas" foi o primeiro filme brasileiro a concorrer na categoria de Melhor Filme Internacional, em 1963. Perdeu para "Sempre aos Domingos", do francês Serge Bourguignon.

"O Beijo da Mulher-Aranha" (1985) foi o primeiro filme latino-americano indicado ao Oscar de Melhor Filme. Pelo mesmo longa, Héctor Babenco foi o primeiro latino-americano indicado a Melhor Diretor. "Entre Dois Amores" levou como Melhor Filme e também Melhor Diretor para Sydney Pollack.

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