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Papa Francisco, 10 anos: o avanço popular da Igreja Católica

Conheça a história do pontífice que chegou ao poder há uma década

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Papa Francisco veste roupa branca e fala no microfone
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Há exatos 10 anos, em março de 2013, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio se tornou o primeiro papa latino-americano da história. Desde então, o Papa Francisco tem liderado a Igreja Católica com uma abordagem inovadora e inspiradora, marcada por sua humildade, proximidade com o povo e defesa dos mais vulneráveis.

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Em seus 10 anos de pontificado, o Papa Francisco tem sido reconhecido por sua defesa dos direitos humanos, da justiça social e da ecologia integral. Ele tem se posicionado de forma contundente contra a desigualdade, a pobreza, o individualismo e a cultura do descarte. Alguns dos principais marcos de sua liderança incluem:

  • Encíclica Laudato Si': o documento de 2015 em que o Papa Francisco aborda a crise ecológica como uma questão ética, social e espiritual, defendendo uma mudança de paradigma em relação ao desenvolvimento humano e econômico.
  • Sinodo para a Amazônia: a assembleia de bispos realizada em 2019 para discutir os desafios enfrentados pela região amazônica, incluindo a defesa dos povos indígenas, a preservação da biodiversidade e o papel da Igreja na região.
  • Reforma da Cúria Romana: o processo de reorganização da administração central da Igreja Católica, com o objetivo de torná-la mais eficiente e transparente.
  • Combate aos abusos sexuais na Igreja: o Papa Francisco tem adotado medidas para enfrentar o problema dos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja Católica, incluindo a criação de uma comissão especial para tratar do assunto.

A liderança de Francisco tem sido alvo de críticas e elogios por parte de diferentes públicos. "Enquanto alguns o veem como um renovador e uma voz de mudança, outros o acusam de enfraquecer a tradição da Igreja e de ser político", explica Vinicius do Valle, doutor em ciência política (USP) e diretor do Observatório Evangélico.  

Quem é o Papa Francisco?
Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 17 de dezembro de 1936. Ele entrou para a Companhia de Jesus (ordem jesuíta) em 1958 e, após completar sua formação, foi ordenado padre em 1969. Bergoglio serviu como Provincial dos Jesuítas da Argentina de 1973 a 1979, depois como reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel de 1980 a 1986. 

Em 1992, ele foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires e, em 1998, tornou-se arcebispo da cidade. Em 2001, ele foi nomeado cardeal pelo Papa João Paulo II. Em 13 de março de 2013, Bergoglio foi eleito Papa e adotou o nome Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis.

A liderança do Papa Francisco tem sido recebida de forma positiva por muitos fiéis católicos e líderes religiosos de outras denominações, que veem nele uma figura inspiradora e comprometida com a justiça social. No entanto, o pontificado de Francisco também tem gerado críticas e resistências por parte de setores conservadores da Igreja, que discordam de algumas de suas posições e iniciativas.

O que pensa o Papa Francisco?
O Papa Francisco tem sido conhecido por suas posições progressistas em questões sociais, como imigração, justiça social e meio ambiente. Ele também é conhecido por suas críticas ao capitalismo e ao consumismo, que ele vê como responsáveis pelos problemas sociais e ambientais do mundo.  Em 2015, ele publicou uma encíclica, Laudato Si', em que pediu aos fiéis católicos para cuidarem do meio ambiente e combaterem as mudanças climáticas. Além disso, ele tem defendido a causa dos pobres e marginalizados, e tem apoiado iniciativas para combater a corrupção e a violência em todo o mundo.

Legado do Papa Francisco
O Papa Francisco tem sido amplamente elogiado por suas reformas na Igreja Católica, incluindo a luta contra a corrupção e a má conduta financeira, a promoção da transparência e da responsabilidade, e a abordagem mais inclusiva em relação a grupos marginalizados, como os homossexuais e os divorciados. 
Ele também tem trabalhado para melhorar as relações inter-religiosas e para promover a paz em áreas de conflito em todo o mundo. Sua humildade e simplicidade também têm sido destacadas como exemplos a serem seguidos pelos líderes religiosos e políticos.
O Papa Francisco tem sido uma figura influente não só na Igreja Católica, mas também na sociedade em geral. Suas posições progressistas em questões sociais, sua humildade e simplicidade, e suas reformas na Igreja Católica o tornaram uma figura respeitada em todo o mundo. 

Viagem histórica à América Latina
Em sua primeira viagem internacional como Papa, Francisco visitou o Brasil em 2013, durante a Jornada Mundial da Juventude. Em seguida, ele visitou vários países da América Latina, incluindo o Equador, Bolívia e Paraguai. Sua visita à América Latina foi considerada histórica, pois ele é o primeiro Papa latino-americano e sua viagem foi vista como uma oportunidade para ele se conectar com as pessoas e as questões locais da região. Durante sua viagem, ele falou sobre questões como a pobreza, a desigualdade social e a necessidade de uma reforma econômica mais justa.

Posições sobre questões polêmicas
O Papa Francisco também tem sido alvo de controvérsias por suas posições em questões polêmicas dentro da Igreja Católica. Ele defendeu a possibilidade de comunhão para divorciados e para católicos que se casam novamente sem ter seus casamentos anteriores anulados, e tem sido mais inclusivo em relação a grupos marginalizados, como os homossexuais. Essas posições têm sido criticadas por alguns membros conservadores da Igreja, que acreditam que elas estão em conflito com a doutrina católica tradicional.

Impacto na cultura popular
O Papa Francisco também teve um impacto significativo na cultura popular, sendo visto como um líder inspirador e um defensor dos valores sociais e ambientais. Ele tem sido objeto de inúmeras biografias, documentários e filmes, e sua imagem tem sido usada em vários produtos comerciais. Sua popularidade também tem sido impulsionada pelas redes sociais, onde ele tem uma grande base de seguidores.

O Papa e a política
Uma das características marcantes do Papa Francisco é seu envolvimento ativo em questões políticas e sociais. Ele tem usado sua posição de liderança religiosa para abordar questões como a pobreza, a desigualdade, a migração e as mudanças climáticas, e tem frequentemente se manifestado contra o individualismo, o consumismo e o capitalismo desenfreado.

O Papa Francisco tem sido um crítico frequente do sistema econômico global e tem defendido uma reforma econômica mais justa e equitativa, com uma ênfase na redistribuição da riqueza e na proteção dos direitos dos trabalhadores. Ele tem denunciado a desigualdade econômica como uma fonte de sofrimento e opressão para os pobres, e apoiado o papel do Estado no fornecimento de serviços sociais básicos e na regulação da economia.

Além disso, o Papa Francisco defende uma abordagem mais compassiva e inclusiva em relação aos imigrantes e refugiados, que ele vê como vulneráveis e em necessidade de proteção. Ele também condenado a retórica anti-imigrante e as políticas de imigração restritivas em todo o mundo, e tem pedido aos líderes políticos para tratarem os imigrantes com respeito e dignidade.

O envolvimento político do Papa Francisco tem sido criticado por alguns, que argumentam que ele está ultrapassando os limites da separação entre Igreja e Estado. Alguns críticos acreditam que o Papa deveria se concentrar exclusivamente em questões religiosas e evitar se envolver em assuntos políticos e sociais.

No entanto, o Papa Francisco argumenta que a Igreja tem uma responsabilidade moral de se envolver em questões sociais e políticas, especialmente quando se trata de proteger os pobres e vulneráveis. Ele vê sua posição como um chamado para trabalhar pela justiça e pelo bem comum, e não apenas para defender os interesses da Igreja.

Papa e questões de gênero
Outro tema que tem gerado muito debate em relação ao Papa Francisco é a posição da Igreja Católica em relação à homossexualidade. Desde o início de seu papado, Francisco tem sido elogiado por muitos por adotar uma postura mais acolhedora e inclusiva em relação às pessoas LGBT.

Em uma entrevista concedida em 2013, o Papa disse: "Se alguém é gay e busca o Senhor de boa vontade, quem sou eu para julgar?". Esta declaração foi amplamente divulgada como um sinal de que o Papa Francisco estava aberto a aceitar pessoas LGBT na Igreja Católica.  No entanto, embora o Papa Francisco tenha adotado uma abordagem mais acolhedora em relação às pessoas LGBT, a Igreja Católica continua a manter uma posição oficial contra a homossexualidade. A Igreja ensina que os atos homossexuais são "intrinsecamente desordenados" e que o casamento só pode ser entre um homem e uma mulher.

Alguns críticos argumentam que a Igreja precisa ir além de uma simples mudança de linguagem e adotar uma postura mais progressista em relação aos direitos LGBT, como a aceitação do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a ordenação de sacerdotes gays. No entanto, outros veem a postura do Papa Francisco como um primeiro passo importante em direção à aceitação das pessoas LGBT na Igreja Católica. 

O futuro do papado

Francisco já deu declarações de que poderia se afastar da liderança da igreja católica por motivos de saúde. O que se vê, por ora, é que ele segue ativo em suas atividades. E, em caso de saída, Viniciu do Valle lembra: "ele está nomeando cardeais que pensam como ele. É uma forma perpetuar sua maneira de pensar". 

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