Mortes por calor extremo poderiam ser evitadas com a presença de árvores
Estudo indica que em cidades com cobertura arbórea de 30%, temperatura cai 0,4 °C
Pablo Valler
Quanto mais a Terra aquece, os problemas de saúde aumentam. Entre os humanos, o que mais se percebem são casos de doenças vasculares, insuficiência respiratória e demência. Porém, o conforto térmico pode ser melhorado com uma atitude simples: plantar árvore.
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Quando cobrem 30% de um ambiente urbano, as copas podem diminuir a temperatura em até 0,4 grau, mostra um estudo publicado na revista científica The Lancet. O estudo é do Instituto Global de Saúde, que tem sede na Espanha.
Noventa e três cidades europeias, que formam um grupo com 57 milhões de pessoas com mais de 20 anos de idade, foram pesquisadas. As análises ocorreram entre junho e agosto, quando é verão no hemisfério norte.
A comparação ocorreu entre dois tipos de cenários. Um deles com cobertura arbórea de 30% e outro com menos. Os dados revelaram quantas mortes poderiam ter sido evitadas. Assim como contam mais de 6,7 mil mortes prematuras.
Caso as cidades tivessem mais árvores, mais de 2.600 mortes poderiam ser evitadas por ano. A quantia corresponde a 39,5% dos óbitos possivelmente causados pelo calor. O artigo científico diz que "as comunidades precisam entender a importância da ação, pois todas as mortes relacionadas a ondas de calor são evitáveis. É preciso elaborar intervenções mais eficazes desenvolvendo e implantando sistemas de alerta e resposta antecipada a ondas de calor". Apesar disso, os estudiosos dizem que apenas as árvores não são suficientes, é preciso combinar com outras atitudes e infraestruturas que melhorem os microclimas de cada região. "As ferramentas e diretrizes estão disponíveis; as lacunas estão nos recursos humanos e financeiros para a implementação", relata o texto, indicando mais responsabilidade por parte dos governantes.
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