Talibã proíbe mulheres de prestarem vestibulares no Afeganistão
Grupo continua enfrentando ampliação de restrições; acesso ao ensino também foi suspenso
Camila Stucaluc
O governo Talibã ampliou, neste sábado (28.jan), as restrições contra mulheres em relação à educação. Segundo o porta-voz do Ministério do Ensino Superior, Ziaullah Hashm, a partir de agora, o grupo está proibido de prestar vestibulares para tentar ingressar em uma das 120 universidades particulares do país.
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A medida acontece cerca de um mês após o governo proibir o estudo superior ao grupo feminino. Na data, o ministro do Ensino Superior do Afeganistão, Nida Mohammed Nadim, justificou a iniciativa para evitar a segregação de gênero, bem como o ensinamento de assuntos que violam os princípios islâmicos.
A nova regra compõe o pacote de restrições já estabelecido pelo Talibã no país. Desde que assumiu o poder, em agosto de 2021, o grupo extremista revogou o direito das mulheres de trabalhar, estudar e viajar sem a presença de um homem, além de promulgar regras sobre vestimentas. A presença do grupo em parques e academias também foi proibida.
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A última restrição, no entanto, foi a suspensão de mulheres dos trabalhos humanitários no país. Além do próprio grupo, a medida atinge cerca de 28 milhões de pessoas que precisam de ajuda, uma vez que grande parte das equipes era formada por mulheres. O cenário é agravado, sobretudo, em meio ao inverno, que já resultou na morte de 157 afegãos.