Governador da Flórida proíbe ensino de história afro-americana em escolas
DeSantis baniu disciplina alegando suposta "ideologia"; Kamala Harris considerou medida inconstitucional
SBT Brasil
O governador da Flórida, Ron DeSantis, anunciou o banimento da disciplina sobre história afro-americana nas escolas públicas.
A decisão gerou revolta entre pais e mães de alunos, que foram à câmara dos deputados do estado protestar. Nos cartazes a mensagem: "Parem com os ataques contra os negros".
"Vamos abrir um processo judicial, se Ron DeSantis não permitir que a disciplina seja ministrada", alertou o advogado de uma organização não-governamental de direitos humano.
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"Ele quer controlar o que nossas crianças podem aprender baseado em motivações políticas, algo que fere nossa Constituição", argumentou uma deputada estadual pelo Partido Democrata.
A carta do governo endereçada a uma das escolas que pediu autorização para o curso de história afro-americana, no Ensino Médio, afirma que o "conteúdo é contrário às leis da Flórida, e que falta valor educacional".
Durante um discurso, na 2ª feira (23.jan), Ron DeSantis disse que tomou a decisão para evitar o que chamou de "imposição de ideologia". "Queremos educação, e não doutrinação", acrescentou.
Há alguns meses, o mesmo governador proibiu que as escolas públicas da Flórida ofereçam aulas que tratem de temas como orientação sexual e identidade de gênero.
O conservador Ron DeSanti, que venceu as últimas eleições com uma votação expressiva, é um apadrinhado político de Donald Trump e já é visto como um possível adversário do ex-presidente nas primárias do Partido Republicano, no ano que vem.
A vice-presidente Kamala Harris se reuniu com legisladores da Flórida para tentar reverter a decisão, que segue valendo. Kamala, que é a primeira afrodescendente a ocupar o segundo cargo mais alto do governo norte-americano, declarou que qualquer pessoa que proíba aulas sobre a história dos Estados Unidos não tem lugar no futuro do país.
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