Babilônia: Um passeio pela caótica Hollywood dos anos de 1920
Novo filme com Brad Pitt e Margot Robbie estreia nesta quinta
Cleide Klock
Um dos filmes mais extravagantes dos últimos tempos chega esta semana aos cinemas brasileiros. Babilônia estreia dia 19 no Brasil, já aparece nas principais premiações do ano e deve ter presença garantida no Oscar. O SBT News conversou com o elenco, em Hollywood.
Uma homenagem a Hollywood da época do cinema mudo, tão selvagem e caótica quanto contam que já foi um dia. A trama intercala personagens que buscam um lugar sob os holofotes, o glamour, o sonho hollywoodiano e grandes estrelas, que precisam se reinventar, já que agora as películas começam a ter som e diálogo. Um salto na sétima arte que colocou habilidades de atuação à prova e aposentou precocemente muitos astros que não se adaptaram à nova era.
Todas as personagens do filme tiveram inspiração em pessoas reais. Margot Robbie é Nellie LaRoy, uma aspirante a atriz. "Eu já fiz alguns filmes pesados fisicamente, alguns papéis bem exigentes, mas este foi um nível diferente de manter aquela energia de Nellie e para poder atingir todos os resultados do espectro emocional", contou ela.
Diego Calva vive Manny Torres, um assistente que deseja ser um poderoso produtor de cinema. A vida real do mexicano, pouco conhecido antes de "Babilônia", deu uma reviravolta depois do filme. Nasce uma estrela! "Minha vida profissional se transformou em todos os sentidos, pessoal e emocional, mas com a minha família continuo sendo o mesmo", nos disse o ator.
Brad Pitt também continua sendo o mesmo. E nas telas é um dos maiores galãs da época, Jack Conrad.
"Ele é uma estrela do cinema mudo, a gente segue a carreira dele. Eu me vejo nele tendo os mesmos desafios no processo de fazer um filme, tentando conseguir as filmagens antes de perder a luz do sol, explosões acontecendo no fundo, neste tipo de coisas. O filme é muito grande, corajoso, engraçado, comovente e selvagem. Já vou alertando vocês, é selvagem", adiantou Brad Pitt ao SBT News.
Jean Smart interpreta uma das jornalistas mais influentes da época do cinema mudo e nos contou o que acha que mudou em Hollywood nesses quase 100 anos que separam essa história dos dias de hoje.
"Infelizmente se tornou apenas um grande negócio agora, o que tira um pouco da mágica. Acho que talento e habilidades nesses tempos não estão em primeiro lugar com a maior prioridade, às vezes nem em segundo. É tudo em torno do resultado final e rendimentos", falou Smart.
Mas a atriz revelou também como foi presenciar toda essa exuberância, por detrás das câmeras.
"As cenas da festa foram simplesmente surpreendentes, e eu não conseguia acreditar como Damien Chazelle e nosso fabuloso diretor de fotografia puderam fazer isso tudo, e todos os outros, um grupo incrível com muitas cenas longas. Era simplesmente maravilhoso assistir tudo nesses lindos cenários que filmamos, impressionantemente bonitos".
Como é vestir Brad Pitt
Assim como o design de produção impressionante, o figurino também deve aparecer na lista dos indicados ao Oscar. Foi assinado por Mary Zophres, que nos revelou alguns segredos sobre como escolher a roupa certa para Brad Pitt.
"Não é a primeira vez que trabalho com Brad Pitt. Este é o nosso segundo filme juntos e ele, neste filme, interpreta uma grande estrela de cinema e precisa estar impecável nas suas roupas. Mas devo dizer que é uma tarefa muito fácil, porque Brad fica ótimo em qualquer roupa, todas caem muito bem nele. Nós fizemos todas as roupas dele deste filme, mas ele tem um físico e coragem que me fizeram parecer muito boa nisso. Ele faz meus figurinos ficarem ótimos. E ele é adorável, uma alegria para trabalhar, com um grande senso de humor".
Ritmo de festa importado da faculdade
Já a música dá todo o ritmo desta festa. Por trás das notas, está o poderoso compositor Justin Hurwitz, que aos 37 anos já ganhou duas estatuetas do Oscar e acaba de levar o Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora Original por este filme.
Ele nos contou que é amigo de longa data do diretor que assina "Babilônia", o também oscarizado Damien Chazelle. A dupla já assinou vários filmes, entre eles "La La Land" e "Whiplash". Os dois moraram juntos na adolescência quando estavam na faculdade em Harvard, e Hurwitz disse que fazer um filme deste tamanho e ser figura cativa nas cerimônias do Oscar nem fazia parte dos melhores sonhos.
"Nunca imaginaríamos fazer esses filmes, definitivamente a gente pensava em fazer filmes, sonhávamos em fazer grandes filmes, lembro da gente com 18, 19 anos falando em fazer grandes produções, mas não via esse filme sendo realizado", finalizou o compositor.