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"Os Fabelmans": Spielberg abre o coração e suas memórias em autocinebiografia

Longa é inspirado na vida familiar e nos primeiros passos do cineasta com a câmera na mão

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Os Fabelmans, de Steven Spielberg
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Um dos mais aclamados diretores de todos os tempos, Steven Spielberg entra e nos leva junto em uma máquina do tempo. O cineasta revisitou sua história e mostra em seu novo filme as dores e delícias da sua família, revela segredos, além de dar detalhes sobre como nasceu o amor pela sétima arte. "Os Fabelmans" chega aos cinemas brasileiros dia 12 de janeiro e a gente adianta o que você pode esperar dessa produção aclamada pela crítica.

A casa que Steven Spielberg viveu na infância, em Phoenix, no Arizona, foi reconstruída com todos os detalhes. O elenco estrelado mergulhou fundo nas dezenas de horas de filmagens que o diretor fez da família dele desde que descobriu as câmeras, aos 12 anos de idade, na década de 1950. Foi assim que a atriz Michelle Williams conseguiu se inspirar para interpretar Mitzi Fabelman, no filme, mãe do cineasta.

"Eu vi muitos e lindos vídeos caseiros dela, tantas filmagens que foram tão boas para mim e eu as assisti muitas e muitas vezes. Foi com a risada dela, e havia essa coleção dela dando risadas em diferentes idades e momentos da vida. Ela era tão cheia de vida e a maneira que gargalhava e se revelava pela risada, me mostrou como era", disse Michelle Williams, uma das favoritas a concorrer ao Oscar como Melhor Atriz com esta performance.

Já o ator Paul Dano dá vida a Burt Fabelman, personagem inspirado no pai de Spielberg.

"Eu falei ao Spielberg no último dia de filmagens que ainda vão levar alguns anos para eu processar e aceitar que ele me escolheu para interpretar o pai dele. Significa muito pra mim", contou Dano.

O longa segue o coração do célebre diretor e percorre as lembranças de infância e adolescência do cineasta, que sempre foi muito reservado, mas agora traz à tona uma história sincera e um tanto dolorida inspirada em sua própria vida. 

"Famílias são complicadas"

O filme segue Sammy, baseado no próprio Spielberg, que nasceu em Cincinnati, estado de Ohio, em 1946; cresceu no Arizona, do pós-Segunda Guerra Mundial, e aspirava se tornar um cineasta ao atingir a adolescência. Porém, quando o jovem Spielberg descobre um segredo de família, explora como o poder dos filmes pode ajudá-lo a ver a verdade.

"Essa é uma história muito pessoal, é a primeira vez que eu torno pública minha privacidade, nunca fiz isso e vocês não me veem fazendo isso muito na vida. Essa é uma história que acho que tem mérito, sobre minha mãe, meu pai e minhas irmãs, crescendo em três estados", conta o diretor.

O convívio dentro de casa com a mãe artista de espírito livre e o pai engenheiro, traz o conflito: seguir ou não paixão pelo cinema? 

"Famílias são complicadas e eu não conheço nenhuma que não seja complicada. Nossas complicações provavelmente não são incomuns, isso não é uma produção de vaidade para mim, mas um reflexo universal. Qualquer um, em qualquer lugar, que tenha irmãos, pais, problemas na escola, paixão, hobby que se transforma em profissão, por isso que acho que tem muita verdade universal na história que estamos contando", diz o diretor que só se sentiu à vontade em fazer esse filme após a morte dos pais.

Inspirações para ser Spielberg, o cineasta

O filme também revela as inspirações do premiado cineasta. Spielberg já acumula 19 indicações ao Oscar e três estatuetas e deve estar esse ano na festa com mais indicações. Para essa temporada, "Os Fabelmans" já garantiu 11 indicações ao Critics Choice e cinco ao Globo de Ouro, entre outras.

O cineasta revelou que também é supersticioso, sempre começa e termina a fazer um filme, com um brinde. 

E mais uma celebração: "Os Fabelmans" comemora 50 anos de parceria com um dos músicos mais premiados da história do cinema: John Williams que aos 90 anos já foi indicado 52 vezes ao Oscar e coleciona cinco estatuetas. Uma cooperação que começou com as primeiras notas de "Tubarão", passando por "E.T.", "Parque dos Dinossauros", "A Lista de Schindler" e tantos outros filmes. E, assim, dois gigantes fazem a combinação perfeita entre a melhor música e uma bela história, e embalam nossas memórias cinematográficas.

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