Tiroteio em Paris foi motivado por "ódio a estrangeiros", diz promotoria
Em depoimento, suspeito confessou que alvos eram imigrantes curdos; 3 pessoas morreram
O homem suspeito de matar 3 pessoas a tiros em Paris, na última 6ª feira (23.dez), revelou à polícia francesa que imigrantes e estrangeiros eram os alvos do atentado a uma cafeteria curda do 10º distrito parisiense. A informação foi divulgada pela procuradora de Paris, Laure Beccuau, neste domingo (25.dez), em comunicado à imprensa.
Em depoimento, o parisiense de 69 anos relatou que um roubo em sua casa, no ano de 2016, teria desencadeado um sentimento de "ódio a estrangeiros, que se tornou totalmente patológico". Segundo Laure Beccuau, o homem descreveu a si mesmo como uma pessoa "depressiva e com tendências suicidas", e admitiu que planejava tirar a própria vida com a última bala da pistola usada no atentado. Além das vítimas, dois homens e uma mulher de etnia curda, outras 3 pessoas também ficaram feridas do tiroteio e seguem internadas.
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Conforme a procuradora, policiais realizaram buscas na casa do suspeito, que morava com os pais, mas não localizaram qualquer evidência de ligações com grupos ou ideologias extremistas. Beccuau destacou, no entanto, que ele havia deixado a prisão recentemente, e aguardava, em liberdade, o julgamento por um ataque com uma espécie de sabre a um campo de imigrantes, há cerca de 1 ano.
A investigação apontou ainda que, antes de efetuar os disparos no centro cultural, o homem teria circulado pelo subúrbio da capital francesa, em Saint-Denis, em busca de potenciais vítimas, mas acabou se dirigindo ao local do crime, devido à maior concentração de pessoas.
Desarmado e dominado por uma das pessoas baleadas, no local crime, o homem foi detido e encaminhado para uma unidade psiquiátrica. Se liberado dos cuidados, o suspeito deve responder por acusações como homicídio com motivação racial, tentativa de homicídio e violação de armas.
O atentado, que aconteceu durante os preparativos da comunidade para um evento que marca os 10 anos do assassinato não solucionado de 3 ativistas, provocaram uma onda de protestos na região e confrontos violentos com a polícia. Representantes curdos exigem que o tiroteio seja tratado como um "ataque terrorista".
*Com informações da Associated Press
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