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Cientistas encontram em meteorito dois minerais nunca antes vistos na natureza

Elaliita e elkinstantonita, como foram chamados os materiais, só tinham sido criados sinteticamente

Imagem da noticia Cientistas encontram em meteorito dois minerais nunca antes vistos na natureza
Parte do meteorito em que os minerais foram encontrados (Divulgação/Universidade de Alberta)
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Pesquisadores da Universidade de Alberta, no Canadá, descobriram dois minerais, em um meteorito de 15 toneladas encontrado na Somália, na África, que nunca tinham sido vistos na natureza.

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Ambos estavam em uma parte de 70 gramas extraída do meteorito - o nono maior já registrado. Um dos minerais foi denominado elaliita, e o outro, elkinstantonita. A inspiração para o nome do primeiro foi o do próprio meteorito, El Ali - pois foi encontrado próximo à cidade homônima. Já Chris Herd, professor do Departamento de Ciências da Terra e Atmosféricas e curador da Coleção de Meteoritos da Universidade de Alberta nomeou o segundou, homenageando Lindy Elkins-Tanton, investigadora principal da próxima missão Psyche da NASA. 

"Lindy trabalhou muito sobre como os núcleos dos planetas se formam, como esses núcleos de ferro-níquel se formam, e o análogo mais próximo que temos são os meteoritos de ferro. Portanto, fazia sentido nomear um mineral com seu nome e reconhecer suas contribuições para a ciência", justificou.

A descoberta dos minerais no meteorito foi feita quando Herd trabalhava para classificar este. Viu algo que chamou sua atenção na amostra do El Ali e pediu ajuda para Andrew Locock, chefe do Laboratório de Microssonda Eletrônica da universidade, para entender o que era. Locock já havia trabalhado na descrição de outros minerais novos.

"Logo no primeiro dia em que ele fez algumas análises [no material do El Eli], ele disse: 'Você tem pelo menos dois novos minerais aí'. Isso foi fenomenal. Na maioria das vezes, dá muito mais trabalho do que isso dizer que há um novo mineral", fala Herd. Locock conseguiu identificar o elaliita e o elkinstantonita rapidamente porque, no passado, ambos já tinham sido criados sinteticamente. Assim, ele combinou a composição dos minerais naturais com as contrapartes feitas pelo homem e notou que eram do mesmo tipo.

O meteorito foi classificado por Herd, com a ajuda de pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, como Ferro, complexo IAB; há mais de 350 nessa categoria. Agora, o pesquisador analisa os dois minerais encontrados para entender o que indicam sobre as condições do meteorito no momento da formação deste.

"Essa é a minha especialidade - como você desvenda os processos geológicos e a história geológica do asteroide do qual esta rocha já fez parte. Nunca pensei que estaria envolvido na descrição de novos minerais apenas pelo fato de trabalhar em um meteorito", afirma o pesquisador. Ainda de acordo com Herd, se ele e Locock recebessem mais amostras do El Ali, haveria uma chance de descobrirem mais minerais inéditos na natureza.

O professor do Departamento de Ciências da Terra e Atmosféricas explica que "sempre que há um novo material conhecido, os cientistas de materiais também se interessam por causa dos usos potenciais em uma ampla gama de coisas na sociedade". Os pesquisadores da Universidade de Alberta não sabem se mais amostras do El Ali serão disponibilizadas para fins científicos.

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