Unicef alerta para morte de mais de 50 crianças em protestos no Irã
Entidade reforçou pedido para que governo não utilize força desnecessária para conter os atos
Camila Stucaluc
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) emitiu uma nota condenando a violência nos protestos do Irã e pediu maior proteção infantil no país. Segundo a entidade, desde o início dos atos, que questionam a morte de Mahsa Amini, mais de 50 crianças foram mortas, enquanto centenas estão feridas.
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"Comunicamos diretamente nossas preocupações às autoridades do Irã desde que os primeiros casos de vítimas infantis ocorreram em resposta aos protestos. A República Islâmica do Irã é parte da Convenção sobre os Direitos da Criança e tem a obrigação de respeitar, proteger e cumprir os direitos das crianças à vida, à privacidade, à liberdade de pensamento e à reunião pacífica", disse o Unicef.
O fundo reforçou ainda o apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, para que o governo não utilize força desnecessária ou desproporcional para conter os atos. "Crianças e adolescentes devem ser protegidos de todas as formas de danos que colocam em risco não apenas suas vidas e liberdade, mas também sua saúde mental e física", frisou.
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A declaração do Unicef acontece em meio à tensão entre a ONU e o Irã. Isso porque, na última semana, o governo afirmou que não iria reconhecer a missão independente aprovada pela organização para investigar a atuação das forças de segurança nos protestos. As manifestações, que ocorrem desde setembro, já resultaram na morte de 450 pessoas, bem como na prisão de 18,1 mil civis.