Escócia não poderá fazer novo referendo de independência
Suprema Corte do Reino Unido rejeitou pedido do país por um novo plebiscito; Primeira-ministra criticou decisão
A Suprema Corte do Reino Unido rejeitou nesta 4ª feira (23.nov) o pedido da Escócia de realizar um novo referendo sobre a independência do país sem o consentimento do governo britânico. O governo escocês pró-independência entrou com o pedido para realizar um referendo em outubro de 2023 com a pergunta "Deveria a Escócia ser um país independente?".
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A primeira-ministra do país, Nicola Sturgeon, argumenta que o plebiscito do mesmo teor feito em 2014, do qual a maioria dos eleitores rejeitou a independência por uma margem de 55% a 45%, não vale mais depois da saída do Reino Unido da União Europeia -- à qual a maioria dos eleitores escoceses se opôs. O governo do Reino Unido em Londres, no entanto, se recusa a aprovar a votação, dizendo que a questão foi resolvida.
Em decisão unânime, a Suprema Corte apoio a argumentação do governo do Reino Unido por seis votos a favor e entendeu que o parlamento escocês não tem competência constitucional para convocar um novo referendo, algo que só pode ser realizado pelo Parlamento do Reino Unido, devido a "importância crítica para o Reino Unido como um todo", não apenas para a Escócia.
A primeira-ministra reagiu ao anúncio. Ela descartou realizar um referendo não autorizado, mas disse estar desapontada. No twitter, ela afirmou que irá respeitar a decisão da Suprema Corte, mas questionou a "parceria" entre os países.
"Uma lei que não permite que a Escócia escolha seu próprio futuro sem o consentimento de Westminster expõe como mito qualquer noção do Reino Unido como uma parceria voluntária", escreveu.
Em pronunciamento posterior, Sturgeon anunciou que fará da próxima eleição nacional do Reino Unido, marcada para dentro de dois anos, um plebiscito de fato para acabar com a união de três séculos da Escócia com a Inglaterra. Ela disse que o SNP (Partido Nacional Escocês) realizará uma conferência especial no próximo ano para definir os detalhes desse plano.
As pesquisas sugerem que os escoceses estão divididos igualmente sobre a independência -- e também que a maioria dos eleitores não quer um novo referendo tão cedo.
A Escócia e a Inglaterra estão politicamente unidas desde 1707. A Escócia tem seu próprio parlamento e governo desde 1999 e faz suas próprias políticas de saúde pública, educação e outros assuntos. O governo do Reino Unido em Londres controla questões como defesa e política fiscal.
* Com informações da Associated Press