COP27: Dia de discussões diplomáticas; veja programação temática
Evento da ONU reúne mais de 200 líderes mundiais e estudiosos para discutir o aquecimento global
Depois da abertura no domingo (06.nov), reservada aos líderes mundiais, começam as negociações da Conferência das Partes da Organização das Nacões Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), realizada no Egito, no balneário de Sharm El-Sheikh.
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As boas-vindas foram dadas pelo anfitrião, o presidente do país Abdel Fattah El-Sisi. Ele começou logo pedindo o comprometimento dos participantes: "Enfrentamos nossas responsabilidades, como líderes, para lidar com as mudanças climáticas e proteger os vulneráveis. Podemos alcançar nossos objetivos. Podemos todos trabalhar juntos. Temos outra escolha?"
Em seguida, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, foi enfástico ao dizer que estamos "a caminho do inferno climático" e reforçou que todos precisam ser mais ambiciosos em suas metas, para garantir um futuro seguro às crianças de hoje em dia: "Estamos na luta de nossas vidas. E estamos perdendo. As emissões de gases de efeito estufa continuam crescendo. As temperaturas globais continuam subindo. E nosso planeta está se aproximando rapidamente de pontos de inflexão que tornarão o caos climático irreversível".
Discurso endossado por uma jovem ativista de Uganda. Leah Numugerwa chamou atenção sobre como a nova geração está tendo que lidar com um problema criado pelos adultos, que mesmo conscientes de seus atos, pouco mudam: "Não é justiça quando os grandes poluidores são intocáveis. Devemos enfrentar alguma verdade real: o mundo está em estado de emergência devido aos combustíveis fósseis".
Entre as primeiras apresentações, o site inglês de artigos e pesquisas científicas Carbon Brief divulgou um estudo que mostra como os países desenvolvidos e que mais contribuíram para o aquecimento global, como Inglaterra, Austrália, Canadá e Estados Unidos, não estão cumprindo suas promessas de financiamento com os países em desenvolvimento. Essa costuma ser uma das discussões mais calorosas. Países pobres cobram uma compensação financeira aos países ricos, por não poderem se desenvolver rapidamente utilizando recursos naturais que o "primeiro mundo" já utilizou. Há pelo menos três edições do evento estimam que as nações desenvolvidas devem fornecer US$ 100 bilhões por ano para financiar tecnologias sustentáveis às nações em desenvolvimento. Porém, os Estados Unidos, por exemplo, que deveriam doar US$ 40 bilhões, ofereceram apenas US$ 7,6 bilhões no ao passado.
Ainda nesta 2ª feira (7.nov) está programado o discurso do novo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak. A comunidade internacional está curiosa para saber qual seu posicionamento sobre as mudanças climáticas. Um sinal já foi dado, de que é menos conservador do que parecia até então. Sunak deve tratar, entre tantos assuntos, sobre o escritor e ativista político Alaa Abd El-Fatta, preso há mais de 10 anos por denúncias ao governo egípcio ditador de Hosni Mubarak. Ele está em greve de fome para chamar atenção da comunidade internacional.
A 3ª feira também deve ser intensos debates diplomáticos. Os painéis temáticos começam na 4ª feira. Veja a programação:
- Dia 9: Financiamento climático
- Dia 10: Ciência
- Dia 11: Descarbonização
- Dia 12: Agricultura e adaptação climática
- Dia 14: Água e gênero
- Dia 15: Energia e sociedade civil
- Dia 16: Biodiversidade
- Dia 17: Soluções para o clima
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