Nova Zelândia: agricultores protestam contra imposto sobre arrotos de gado
Grupo alega que taxa viola Acordo de Paris e não será eficiente para diminuir gases de efeito estufa
Agricultores da Nova Zelândia foram às ruas, nesta 5ª feira (20.out), para protestar contra o projeto de lei que prevê tributar as emissões de arrotos e gases por gados. A iniciativa foi proposta na última semana e, segundo o governo, tem como objetivo combater a crise climática global, provocada por gases de efeito estufa.
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Nesta manhã, foram registrados mais de 50 protestos em cidades de todo o país, a maioria envolvendo o uso de tratores e cartazes. O grupo alega que, ao invés de conter as mudanças climáticas, o imposto vai resultar no aumento das emissões, uma vez que a menor produção levará a atividade para países menores e menos preparados.
"Já somos os produtores de alimentos mais sustentáveis do mundo, como verificado por pesquisas independentes. Esse imposto sobre a produção de alimentos levará à escassez e preços mais altos de alimentos. Isso levará a resultados ruins para comunidades e empresas rurais", disse a Groundswell New Zealand, que representa o setor rural no país.
A organização ressaltou ainda que a taxa proposta viola o Acordo de Paris, que afirma que a redução das emissões de efeito estufa deve ser alcançada "de uma maneira que não ameace a produção de alimentos". "Apoiamos o foco na redução das emissões agrícolas por meio de ações ambientais integradas na fazenda", afirmou a entidade.
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Na Nova Zelândia, quase metade das emissões são provenientes do setor agrícola devido à grande quantidade de gados e rebanhos. Isso porque os animais produzem gases naturais de efeito estufa durante a digestão em arrotos e flatulências. A indústria agrícola no país, por sua vez, é vital para a economia e responde por 65% das receitas de exportação.