Em Dia Internacional, ONU quer tornar pobreza tema do passado
Para secretário-geral, "mundo está a retroceder"; organização lista prioridades para combater pobreza
O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza é celebrado nesta 2ª feira (17.out). Neste ano, com o tema 'Dignidade para todos na prática', a Organização das Nações Unidas (ONU) busca firmar um novo compromisso com os países para que a pobreza se torne um tema do passado.
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As prioridades incluem atuar para investir em soluções centradas nas pessoas em campos como saúde, trabalho, igualdade de gênero, proteção social, transformação de sistemas de alimentação e educação.
Estima-se que 1,3 bilhão de pessoas no mundo vivem em situação de pobreza, em diversas dimensões. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que "o mundo está a retroceder" em relação a este tema. Segundo ele, a pandemia recuou mais de quatro anos de progresso, as desigualdades aumentaram e as economias dos países sofreram com perdas de empregos, aumento de preços de alimentos e energia, além das "sombras crescentes de uma recessão global".
Guterres sugere que os países aumentem a atuação para alterar o sistema financeiro global que, para ele, está "moralmente falido". As medidas incluem garantir acesso ao financiamento e alívio da dívida para todas as nações. O líder pede ainda auxílio para que economias em desenvolvimento façam a transição de combustíveis fósseis para o uso de energia renovável e economias verdes.
Além disso, para Guterres, a crise do clima, os conflitos violentos, dívidas e atrasos no alcance do desenvolvimento sustentável também potencializaram a crise da pobreza.
Segundo relatório da ONU divulgado em setembro deste ano, 970 mil pessoas de 19 países podem morrer devido à fome nos próximos meses. O ranking é liderado pela Somália, onde 513 mil crianças estão em risco de morte por desnutrição. Outros países como Afeganistão, Etiópia, Sudão do Sul e Iêmen também preocupam as autoridades internacionais em relação à segurança alimentar.
No Brasil, a fome aumentou e, atualmente, está presente na vida e 33,1 milhões de pessoas -- o equivalente a 15,5% da população brasileira.