Itamaraty convence britânicos a autorizar tradutor para Bolsonaro
Até a manhã deste sábado, só havia permissão para que o presidente participasse dos eventos da Realeza
SBT News
O Itamaraty teve de negociar com autoridades britânicas a presença de um tradutor para acompanhar o presidente Jair Bolsonaro e a primeira dama Michele Bolsonaro nos eventos oficiais dos quais vão participar em Londres. Nem os seguranças do presidente tiveram permissão pra acompanhá-lo nas celebrações da Família Real.
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Bolsonaro chega a Londres na manhã de domingo, quando deverá visitar o parlamento britânico, onde está sendo velado o corpo de Elizabeth II. À noite, ele participa de uma recepção no Palácio de Buckingham oferecida pelo Rei Charles III a todas as comitivas estrangeiras que vieram para o funeral.
Na segunda-feira, além da celebração na Abadia de Westminster, Jair Bolsonaro deverá participar de uma outra recepção oferecida pelo governo britânico às comitivas do exterior. Nestes eventos, a segurança do chefe de Estado brasileiro será feita pelos britânicos. A segurança brasileira estará presente em deslocamentos e no lugar onde presidente vai se hospedar.
Nem Jair Bolsonaro, nem sua esposa falam inglês. A autorização para que um tradutor acompanhasse o casal só foi confirmada no início da noite de sábado, segundo comunicado do Itamaraty a jornalistas brasileiros que vão cobrir a viagem do presidente. O funeral da Rainha tornou-se um dos eventos de maior representatividade diplomática das últimas décadas. São esperados cerca de 500 chefes de governo e seus representantes. A menos de 2 semanas no cargo, a premiê britânica Liz Truss terá nos próximos dias agenda cheia que, por enquanto, não inclui o presidente brasileiro.
Neste sábado, a premiê receberá os premiês da Austrália, Anthony Albanese e da Nova Zelândia, Jacinda Ardern. Amanhã, vai se reunir com o presidente da Polônia, Andrzej Duda e com os primeiros-ministros da Irlanda, Micheál Martin e Canadá, Justin Trudeau. O encontro com Joe Biden, também previsto pra domingo, foi cancelado.
Bolsonaristas já sabiam
Na reunião realizada neste domingo, em hotel no centro da capital britânica, os representantes do Itamaraty e da Presidência da República informaram aos jornalistas responsáveis pela cobertura que o hotel em que o presidente ficaria na capital britânica ainda não estava decidido. Só às 11:18 da manhã, uma hora depois da reunião, veio a confirmação de que o presidente vai se hospedar na residência do Embaixador brasileiro, no centro de Londres.
Na noite de ontem, essa informação já circulava em grupos de whatsapp de brasileiros que moram no Reino Unido e apoiam o presidente. Em um deles, com mais de 200 participantes, uma brasileira com número britânico e que alega ter um amigo na Embaixada "que organiza a vinda" de autoridades para o país, já informava, antes das 8 da noite de ontem, que o presidente ficaria hospedado na casa do Embaixador e que chegaria lá antes das 10 da manhã.
Desde ontem, grupos já se organizam para uma manifestação de apoio. Uma outra mulher, que se apresenta como organizadora de um deles, está orientando os brasileiros a se reunirem às 10 da manhã, no centro da capital britânica. "Tudo eles tão passando pra gente. É uma questão de respeito a gente tá aí aguardando as informações. Não procurem agir por impulso". Ela não esclarece a fonte das informações.
Os apoiadores de Bolsonaro estão sendo aconselhados a não fazer barulho. "Nada de batuque, nada de caixa de som, nada de megafone", avisa a mensagem compartilhada em vários grupos bolsonaristas. A mesma mulher garante que o encontro acontecerá: "Iremos ver o Bolsonaro. Ele irá nos receber. Será no centro de Londres, a partir das 10 horas da manhã".