Nível de gases de efeito estufa e volume dos oceanos batem recordes
Para órgão dos EUA, próximo evento sobre clima será mais um festival de acordos não cumpridos
Pablo Valler
A concentração de gases de efeito estufa na atmosfera e o nível dos oceanos bateram recordes em 2021, informou a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), um órgão dos Estados Unidos, mostrando mais um sinal de que os esforços não estão sendo suficientes para conter o aquecimento global.
Os gases de efeito estufa na atmosfera ficaram 2,3 partes por milhão (ppm) maiores que em 2020. Então, em 2021 tinham 414,7 ppm. Ou seja, a cada 1 m³ de ar, existem 414,7 mL de GEEs. "O mais alto em pelo menos um milhão de anos, com base em registros paleoclimáticos", conta o relatório.
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Essa concentração diminuiu entre os anos de 2019 e 2020, quando grande parte da população mundial viveu o isolamento social devido à covid-19. O retorno à vida "normal" evidenciou o quão anormais são nossas atividades na Terra.
O ano passado foi um dos sete mais quentes já registrados desde meados do século XIX, alerta o documento. Os oceanos subiram a um nível recorde de 97 milímetros acima da média de 1993, quando começaram as medições por satélite.
"Os dados apresentados neste relatório são claros: seguimos vendo mais evidências científicas convincentes de que as mudanças climáticas têm impactos globais e não mostram sinais de desaceleração", disse o diretor da NOAA, Rick Spinrad.
Vem aí mais uma conferência
Também no ano passado, em novembro, ocorreu a Conferência das Partes (COP) da Organização das Nações Unidas (ONU) de número de 26. Foi quando os quase 200 países participantes assumiram compromissos para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius em comparação ao período pré-industrial.
Nesse ano, pode ocorrer então mais uma edição frustrante do evento. Na COP 27, conforme o relatório, deve-se descobrir que os padrões atuais de extrativismo e atividade humana deixem o planeta mais quente em 2,1 graus Celsius. Esse 0,6 grau a mais que o pretendido pode ser a diferença entre um colapso e o relativo bem-estar de gerações futuras.
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