Ex-funcionário do Twitter é condenado por espionagem para Arábia Saudita
Ele atuava na rede social nos Estados Unidos, mas teve acesso a dados críticos de interesse da Arábia
Luiza Bervian
Um ex-funcionário do Twitter foi condenado a prisão nos Estados Unidos. Ele é acusado de espionar usuários e dados baseados nos interesses da Arábia Saudita. A sentença ainda não foi revelada.
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Ahmad Abouammo, cidadão norte-americano, foi acusado em 2019 de atuar como agente da Arábia Saudita, sem se registrar no governo dos EUA. Um júri o considerou culpado em seis acusações, incluindo conspiração para cometer fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. O júri o absolveu de outras cinco acusações, envolvendo fraude eletrônica.
O caso marcou a primeira vez que a família real árabe, há muito ligado aos EUA por meio de suas enormes reservas de petróleo e acordos de segurança regional, foi acusada de espionagem no país. Uma queixa do FBI de 2019 alegou que Abouammo e o cidadão saudita Ali Alzabarah, que trabalhavam como engenheiros na rede social, usaram suas posições para acessar dados confidenciais do Twitter. Informações de usuários, endereços de e-mail, números de telefone e endereços IP, sendo o último usado para identificar a localização de um usuário, eram checados pelos funcionários.
Um terceiro homem citado na denúncia, o cidadão saudita Ahmed Al-Mutairi, teria trabalhado com a família real saudita como intermediário. A queixa dos EUA alegou que dados de usuários de mais de 6 mil contas do Twitter foram acessados, incluindo pelo menos 33 nomes de usuários para os quais as autoridades sauditas enviaram solicitações de divulgação de emergência ao Twitter. Abouammo foi preso em novembro de 2019 e libertado sob fiança. Ele havia se declarado inocente. O FBI ainda lista Al-Mutairi e Alzabarah como procurados.
Os advogados de Abouammo e o Twitter não responderam a um pedido de comentário à Associated Press na 3ªfeira (10.ago).
*Com as informações, Associated Press