China reage à visita de Pelosi com exercício militar
Viagem da presidente da Câmara é motivo de tensão entre Pequim e Washington
Logo após a chegada de Pelosi a Taiwan, a China emitiu uma nota na qual promete responder a viagem que "violou gravemente" o "princípio de uma só China" com uma série de operações e exercícios militares.
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De acordo com o jornal estatal Xinhua News, a partir da noite desta 3ª feira (2.ago), o Exército de Libertação Popular deve realizar manobras nas águas e céus perto de Taiwan, o que incluirá o disparo de munição de longo alcance no Estreito de Taiwan. "Esta ação é uma intimidação solene contra a recente escalada de ações negativas dos Estados Unidos sobre a questão de Taiwan e um sério aviso às forças de 'independência de Taiwan' que buscam 'independência'".
Ainda segundo o jornal, o Exército planeja realizar exercícios de tiro de 4 a 7 de agosto em vários locais. Em uma imagem divulgada pela agência de notícias, os exercícios devem ocorrer em seis áreas diferentes nas águas ao redor de Taiwan.
O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que a visita da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA à Ilha "prejudica gravemente a paz e a estabilidade em todo o Estreito de Taiwan e envia um sinal seriamente errado às forças separatistas para a "independência de Taiwan".
"Há apenas uma China no mundo, Taiwan é uma parte inalienável do território da China, e o Governo da República Popular da China é o único governo legal que representa toda a China", afirma o ministério, que continua, "A questão de Taiwan é a questão mais importante e mais sensível no cerne das relações China-EUA. O Estreito de Taiwan está enfrentando uma nova rodada de tensões e desafios graves, e a causa fundamental são os repetidos movimentos das autoridades de Taiwan e dos Estados Unidos para mudar o status quo."
A China reivindica Taiwan como parte de seu território, e vê visitas de funcionários de governos estrangeiros como reconhecimento da soberania da ilha. O país havia alertado sobre "medidas resolutas e fortes" se Pelosi prosseguisse com a viagem.
Pelosi começou sua turnê asiática na 2ª feira (1º.ago) em Cingapura e as especulações de uma possível visita sua gerou tensões entre os EUA e China. No entanto, o governo Biden não pediu explicitamente à Pelosi que cancelasse a visita, mas procurou garantir a Pequim que a viagem não sinalizaria nenhuma mudança na política do país em relação a Taiwan.
Nesta 3ª, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, ressaltou que a decisão de visitar Taiwan foi, em última análise, de Pelosi, e que os EUA não têm interesse em aprofundar as tensões com a China.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China replicou a fala de Kirby, no Twitter. "Como Pelosi é a líder em exercício do Congresso dos EUA, sua visita e atividades em Taiwan, sob qualquer forma e por qualquer motivo, é uma grande provocação política" escreveu Hua Chunying.
"O Congresso, como parte do governo dos EUA, é inerentemente obrigado a observar estritamente a política de uma só China do governo dos EUA e abster-se de ter qualquer intercâmbio oficial com a região chinesa de Taiwan.", finalizou.