Afeganistão: Talibã condena ataque e assassinato do líder da Al-Qaeda
Ayman al-Zawahri foi morto no último final de semana durante operação norte-americana
Camila Stucaluc
O Talibã condenou, nesta 3ª feira (2.ago), o ataque norte-americano em Cabul, capital do Afeganistão, que matou o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri. Em comunicado, o porta-voz do grupo, Zabihullah Mujahid, afirmou que a ação é uma "clara violação" do direito internacional e do acordo de Doha, assinado por ambos os governos em 2020.
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"O ataque repete a experiência fracassada dos últimos 20 anos e vai contra os interesses dos Estados Unidos, do Afeganistão e da região. A repetição dessas ações prejudicará as oportunidades potenciais de estabilizar a região", avisou o porta-voz.
O acordo de Doha definiu a retirada das tropas militares norte-americanas do Afeganistão após duas décadas de conflito. A saída das forças, no entanto, foi aceita sob a condição de que o país não voltasse a ser um "santuário de terroristas", como aconteceu no último regime talibã (1996 e 2001), marcado pelo apoio de Osama bin Laden.
Segundo a Casa Branca, Ayman al-Zawahiri foi morto durante o último final de semana, quando um drone disparou dois mísseis contra ele. Em justificativa, o presidente Joe Biden afirmou que o homem teve participação ativa em bombardeios contra embaixadas norte-americanas, além de ser o "número 2 da Al-Qaeda" no ataque de 11 de setembro.
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"Nunca mais iremos permitir que o Afeganistão seja um porto seguro para terrorismo. Queremos deixar claro que sempre cumpriremos nossas promessas. Mantivemos a guerra contra o terrorismo com o mesmo princípio do passado: proteger nossos cidadãos, a liberdade e manter o farol da liberdade guiando as outras nações", disse Biden.