"Thor: Amor e Trovão" traz o herói em crise de meia-idade
Filme estreia nesta 5ªfeira (07.jul) no Brasil e mostra, com muito bom humor, o Deus com problemas humanos
Cleide Klock
LOS ANGELES - Sabe aquele velho ditado que diz que a vida pode ficar bem melhor se levada com bom humor? O Deus do Trovão segue à risca essa máxima. E entrega agora "Thor: Amor e Trovão", uma comédia romântica, supercolorida e superacelerada, sem medo de cair no pastelão.
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O enredo é básico, igual ao da maioria dos filmes de heróis e outros tantos que vemos nos dias de hoje. O inimigo da vez, Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Christian Bale) aparece e dá uma chacoalhada na vida de Thor (Chris Hemsworth), que andava bem cabisbaixo e questionando sua própria trajetória. Aliás, essa discussão sobre o propósito na vida, autoconhecimento e crises existenciais é também compartilhada por outros personagens durante a trama, mas com pouca profundidade devido ao ritmo acelerado, e também por tudo terminar em piada.
O Deus x o vilão
Este é o quarto filme solo de Hemsworth como Thor. Há 11 anos, o ator australiano entrou para o universo cinematográfico da Marvel (MCU) e desde então participou com o seu Deus do Trovão de outros quatro longas de "Os Vingadores" e outras tramas da MCU. Hemsworth falou sobre o período reflexivo do Deus, com problemas um tanto como a gente.
"A natureza reflexiva de Thor, eu acredito que seja como a nossa. Olhe para todos nós, nossa autorreflexão, olhamos para o espelho e pensamos quem somos nós, quem deveríamos ser, quem queremos ser, essas são questões constantes que todos enfrentamos, assim como Thor. Acho que o que ele aprendeu ao longo dos anos foi permanecer fiel a quem ele é, embora queira momentos mais calmos e deseje paz e serenidade. O universo chama por seu apoio, ele está em servidão aos outros e quando a ligação é feita, ele atende e vai".
Gorr traz uma história triste, se sente abandonado pelas criaturas devido à quantidade de desgraça que já sofreu na vida, vem de um planeta cheio de misérias, perdeu toda a família e as crenças. E agora, quer vingança.
As Superpoderosas
O retorno de Jane Foster (Natalie Portman) como a Poderosa Thor traz a carga emocional ao filme. Jane usa suas forças para esquecer uma batalha pessoal contra o câncer e junto com o seu ex -- Thor -- , Korg e Valquíria (Tessa Thompson) entra na luta para eliminar Gorr. Esta é a terceira vez que Portman aparece na franquia e, desde 2013, não interpretava o papel de Jane Foster.
"Foi uma oportunidade incrível que me foi dada poder ser Jane e me tornar a Poderosa Thor, ter esse tipo de combinação de ser humana e super-heroína e ver como uma influencia a outra. Eu acho que o diretor Taika Waititi foi capaz de criar esse muito mais muito particular gênero, foi capaz de misturar coisas que você nunca poderia imaginar que se misturariam, esse humor realmente maluco com elementos emocionais profundos. Temos romance, ação e até mesmo elementos de terror. Ele tem essa imaginação e sensibilidade que faz tudo isso funcionar em conjunto", diz Portman.
Já Tessa Thompson, desde 2017, interpreta Valquíria (guerreira mitológica que fugiu de Asgard) e agora traz ainda mais representatividade à tela.
Diretor polivalente
O neozelandês Taika Waititi assina a direção, o roteiro e é também quem dá voz a Korg. Waititi dirigiu Thor: Ragnarok (2017) e agora, cinco anos depois, retorna ao universo da Marvel com importantes elementos do filme anterior, aprimora os momentos pastelões e dá uma pitada de drama ao enredo.
"Minha abordagem era criar um filme que fosse divertido, com uma aventura energética, mas também emocional. Eu queria realmente construir essa ideia de amor e o que o amor significa para o Thor, pois é algo que ele procura, essa ideia de amar alguém e ser amado. A gente queria criar essa ideia de que ele estava entrando em uma crise de meia-idade. Depois de anos salvando planetas e outras pessoas, ele não teve tempo para ele e agora está nesse caminho de achar um propósito", conta Waititi.
Experiência em família
Para dar um toque mais fofo com pegada família, os filhos de Christian Bale, Natalie Portman, Taika Waititi e do protagonista Chris Hemsworth foram figurantes e fizeram participação mais do que especial no longa. Os gêmeos Sasha e Tristan, de 8 anos, de Hemsworth, compartilharam o papel de uma versão mais jovem de Thor.
Além do visual incrível, os heróis entram nos embalos dos anos de 1980 em um trilha impecável que faz com que a gente queira ir direto para uma festa ao som de Guns N'Roses e Abba.