Veja por que a Disney pode perder exclusividade sobre o Mickey Mouse
Principal personagem da marca pode cair em uso de direito publico após completar 95 anos
Athos Sacilotto
Por gerações a imagem de um curioso rato antropomórfico e carismático - com corpo animal e características humanas - atravessou a infância de crianças ao redor do mundo. Mickey Mouse não significou apenas diversão para as crianças, mas sim, toda a cultura de avanços dos Estados Unidos. O personagem símbolo da Disney vem dando dor de cabeça para a marca, já que, em 2024, a empresa poderá perder os direitos e Mickey cairá em uso público.
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Isso significa que, até então, qualquer imagem de Mickey Mouse pertence exclusivamente ao Grupo Disney. Após completar 95 anos, no entanto, o personagem pode perde a exclusividade e cair em domínio público, podendo ser usado em filmes, livros, comercias e em todos os meios de comunicação.
O cenário não é novo, uma vez que outros personagens famosos, como o Ursinho Pooh, já caíram em uso público. Adorado pelas crianças, o ursinho assustou ao ser retratado em uma obra como serial killer no filme 'Winnie The Pooh: Blood And Honey'.
Contudo, diferente de outros personagens,o Mickey se tornou o símbolo da marca The Walt Disney Company. E a imagem do ratinho estampada em outra marca poderia causar um conflito de interesse, resultando uma guerra judicial.
Vale lembrar que o personagem que perderia a exclusividade seria o primeiro rato que foi animado. Chamado de "Steamboat Willie" ou "Vapor Willie", o personagem está sem as luvas e em preto e branco. O Mickey que conhecemos hoje, com luvas e cores, permaneceria com a marca, já que ele foi feito em versões posteriores devido a grande repercussão da época.
O lobby da Disney e a dor de cabeça de perder o "astro" da marca
A Disney vem conversando com vários políticos do congresso norte-americano para adiar a perda do personagem. A cerca de 70 anos o forte lobby permitido nos EUA vem ganhando destaque. Porém, a legislação dos direitos autorais já foi modificada inúmeras vezes e o esperado é que a empresa realmente perca o Mickey.
Para se ter uma ideia, a primeira lei de direitos intelectuais dos EUA, fazia com que a obra caísse em domínio público com 56 anos. Após muita pressão da empresa, as regras foram se modificando chegando a 95 anos.
A Disney vem sofrendo pressões e ameaças. Em maio, por exemplo, a empresa se posicionou contra uma lei da Flórida que restringia o debate de diversidade de gênero e sexualidade nas escolas. Pouco tempo depois, um senador republicano chegou a ameaçar a empresa de fazer uma mudança na lei de direitos autorais.
Agora o que resta para a companhia é registar a marca Mickey Mouse, pois as marcas não têm um vencimento e permanecerão nos direitos da Disney.
*estagiário sob supervisão de Cido Coelho
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