Europa não venderá mais veículos à combustão a partir de 2035
Os veículos são responsáveis por 12% das emissões de gases que provocam efeito estufa
Pablo Valler
A partir de 2035 a Europa não terá mais lojas vendendo veículos movidos à combustão. A determinação foi dada na 4ª feira (8.jun) por deputados da União Europeia. A sessão foi em Estrasburgo, na França. Foram 339 votos a favor, 249 contra e 24 abstenções.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Esse é considerado um dos movimentos políticos de maior pressão sobre indústrias na questão da sustentabilidade do planeta. A Europa já foi a primeira região a firmar o ambicioso acordo de se tornar neutra em emissões de gases que provocam o efeito estufa até 2050.
Com a nova lei, montadoras serão obrigadas a acelerar a transição das linhas de produção, deixando de fabricar carros e caminhonetes com motor à base de diesel, gasolina, gás e até os híbridos. A tecnologia deve ser 100% elétrica.
Com um intervalo de 13 anos para adaptar a indústria mais importante do bloco em termos de emprego, entrar na era dos motores elétricos "é uma forma de proteger o clima e os empregos neste setor a longo prazo", afirmou o deputado alemão Michael Bloss.
"Estamos traçando um rumo claro para a indústria, apoiando o fim dos motores a combustão em 2035, uma vitória importante e consistente com o objetivo de neutralidade de carbono em 2050", disse Pascal Canfin, presidente da Comissão do Meio Ambiente do Parlamento.
Além da coerência com promessas para o futuro, a medida impacta um problema atual, "a eliminação dos motores a combustão é uma oportunidade histórica para acabar com a nossa dependência do petróleo", comemorou Alex Keynes, da ONG Transportes&Ambiente.
Apesar dos políticos e convidados que votaram a favor terem discursos contundentes, quem votou contra também trouxe questões relevantes. Caso da deputada francesa Agnès Evren.
Ela disse que essa decisão "impedirá a comercialização de veículos híbridos de alto desempenho ou veículos movidos a biocombustíveis", cuja produção poderia se mostrar ainda mais barata e menos emissora de carbono do que os veículos elétricos.
Leia também
