OMS aponta para mais de mil casos de varíola dos macacos no mundo
Doença já foi notificada em 29 países não endêmicos e sugere transmissão comunitária
Camila Stucaluc
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que mais de mil casos confirmados de varíola dos macacos já foram reportados em 29 países não endêmicos. Segundo a entidade, o surgimento repentino da doença em outras nações fora da África, onde o vírus circula por décadas, sugere que pode ter ocorrido uma transmissão não detectada há algum tempo.
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"O risco da varíola dos macacos se estabelecer em países não endêmicos é real. A OMS está particularmente preocupada com os riscos desse vírus para grupos vulneráveis, incluindo crianças e gestantes", disse o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom.
Ele também informou que, além dos relatos de homens que fazem sexo com homens, alguns países começaram a notificar uma aparente transmissão comunitária.
Apesar da explosão de casos, Adhanom disse que ainda não recomenda a vacinação em massa contra a doença, já que, nos poucos locais onde estão disponíveis, os imunizantes estão sendo destinados para a população mais vulnerável e exposta ao vírus, como profissionais de saúde e funcionários de laboratório.
"Existem antivirais e vacinas aprovadas para a varíola dos macacos, mas elas estão em oferta limitada. A vacinação pós-exposição, idealmente dentro de quatro dias de exposição, pode ser considerada por alguns países para contatos próximos de maior risco, como parceiros sexuais, familiares no mesmo domicílio e profissionais de saúde", disse Adhanom.
O líder da OMS lembrou ainda que, embora a doença esteja se espalhando em países não endêmicos, sobretudo no continente europeu, mais de 1,4 mil casos da doença já foram notificados na África este ano, sendo que 66 resultaram em óbito. "As comunidades que convivem com a ameaça desse vírus todos os dias também merecem a mesma preocupação e o mesmo cuidado", frisou.