EUA: organizações pedem manifestações pró-aborto no dia 14 de maio
Marchas serão organizadas em Washington, Nova York, Chicago e Los Angeles
Diversas organizações progressistas pediram, na 5ª feira (5.mai), para que a população norte-americana se reúna no próximo dia 14 em protesto a favor do aborto. A iniciativa acontece em meio a repercussão do vazamento de um documento da Suprema Corte dos Estados Unidos, que sugere impôr a ilegalidade do procedimento no país.
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"É hora de redobrar os esforços, não há tempo a perder", declarou Kelley Robinson, funcionária do grupo Planned Parenthood, que administra clínicas que realizam abortos. "No dia 14 de maio vamos expressar a nossa raiva. São esperadas centenas de milhares de pessoas", acrescentou.
Segundo Kelley, serão organizadas quatro grandes marchas em Washington, Nova York, Chicago e Los Angeles, e centenas de comícios no resto do país. "A nossa mensagem para os republicanos é clara: vocês vão nos ver nas ruas em maio, vão nos ver nas ruas em junho e vão nos ver nas urnas em novembro!", ressaltou.
Nesta semana, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, comentou o assunto e defendeu o direito ao abordo. Em mensagem publicada nas redes sociais, o líder explicou que "restringir o acesso ao abordo não reduz o número de procedimentos, ao contrário, leva mulheres e meninas a realizar procedimentos inseguros".
De acordo com monitoramento da entidade, os abortos clandestinos causam cerca de 39 mil mortes por ano em todo o mundo e fazem com que milhões de mulheres sejam hospitalizadas por complicações. A maioria dos óbitos se concentram nos países de baixa renda, sendo mais de 60% na África e 30% na Ásia.
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Nos Estados Unidos, o direito ao aborto baseia-se em uma jurisprudência do famoso caso Roe vs. Wade, de 1973, que autorizou uma mulher a fazer o procedimento conforme a 14ª Emenda à Constituição. Antes da sentença, 30 dos 50 Estados que compõem os Estados Unidos tinham leis que proibiam o aborto em qualquer momento da gravidez.