ONU destaca a igualdade de gênero como fundamental para um futuro sustentável
Para a organização, é urgente a necessidade de paridade entre homens e mulheres nos espaços públicos
SBT News
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é uma oportunidade para debater, por exemplo, o impacto das crises atuais em mulheres e meninas em todo o mundo. Sobre a data, a diretora executiva da ONU Mulheres, Sima Bahous, destaca que os ganhos conquistados em direitos humanos e direitos das mulheres devem ser protegidos.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Com o tema que pede "Igualdade de gênero hoje para um amanhã sustentável", a líder da agência ressalta que a mudança climática é um multiplicador de ameaças. Mas, para ela, as mulheres são multiplicadoras de soluções. Já a jurista Silvia Pimentel, que falou à ONU News, de São Paulo, e presidiu o Comitê Sobre a Eliminação da Discriminação contra Mulheres, Cedaw, diz que é hora de passar da palavra à ação.
"A subalternidade, a violência, não é uma fatalidade a ser vivida por nós mulheres, foi algo que foi construído. É esse algo que nós, feministas, e muitas mulheres, estão buscando reconstruir esse espírito que eu digo de morte, de destruição. Por isso, entre os grandes ideais da ONU é a promoção da paz e o respeito pela vida. Igualdade de gênero hoje, eu diria já, o mais imediatamente possível, em todo o mundo, nos dois Hemisférios, no Sul, onde mais carece ? para um amanhã sustentável. Eu boto fé de que a nossa ação de mulheres vai colaborar para um amanhã mais sustentável", argumenta Silvia.
A ONU Mulheres, que lidera a celebração, destaca que a participação e liderança feminina resultam em ações climáticas mais eficazes. Assim, a agência recomenda capacitar mulheres e meninas a terem voz e serem participantes na tomada de decisões relacionadas à mudança climática e sustentabilidade para garantir o desenvolvimento sustentável e igualdade de gênero.
A vice-presidente do Parlamento angolano, Emília Carlota Dias, falou sobre a importância de se pressionar os líderes homens para a aceleração da paridade feminina nos cargos políticos e em fóruns de tomada de decisão. Para ela, mulheres em todos os lugares devem assumir papeis de liderança, abrindo espaço para um grupo ainda mais diverso.
"Não queremos que essa paridade seja entendida como algo de um grupo de elite, de mulheres letradas. Mas sim, paridade onde estiver, qualquer mulher que possa desempenhar ali onde ela estiver: quer no meio rural, meio urbano, com as competências que tem para efetivamente liderar, então essa paridade vai de fato surtir efeito. E é uma pauta muito importante que acho que, cada uma de nós nas nossas agendas hoje, junto dos nossos partidos e outras formas onde a nossa voz pode chegar, vamos continuar a discutir", reforçou Emília Carlota Dias.
Veja os outrros dados sobre as mulheres e clima, de acordo com a Organização das Nações Unidas:
- As mudanças climáticas podem levar a mais violência baseada em gênero, aumento de casamentos infantis e piora da saúde sexual e reprodutiva.
- Mulheres e meninas são mais propensas a carregar o fardo da pobreza energética e a sofrer os efeitos adversos da falta de energia segura, confiável, acessível e limpa.
- A poluição do ar dentro das moradias pelo uso de fontes de energia doméstica inseguras causou 4,3 milhões de mortes em 2012, com mulheres e meninas respondendo por 6 em cada 10 mortes.
- Globalmente, as mulheres são 14 vezes mais propensas do que os homens a morrer durante um desastre.
- 70% dos 1,3 bilhão de pessoas que vivem em condições de pobreza são mulheres. Nas áreas urbanas, 40% das famílias mais pobres são chefiadas por mulheres.
- As mulheres são responsáveis por entre 50% e 80% da produção de alimento mundial, mas possuem menos de 10% das propriedades.
- 80% dos deslocados por desastres e mudanças climáticas em todo o mundo são mulheres e meninas.
* Com informações da ONU News