EUA não verificaram retirada de tropas russas, afirma Joe Biden
Segundo presidente, em caso de invasão russa, "nações em todo o mundo não hesitarão em responder"
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta 3ª feira (15.fev) que o país não verificou retirada de tropas russas de região próxima à fronteira com a Ucrânia e que uma invasão russa ao território ucraniano ainda é uma possibilidade. As declarações foram dadas na Casa Branca, horas depois de autoridades russas informarem que ordenaram a retirada de parte das tropas militares em treinamento perto da Ucrânia.
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Segundo Biden, os EUA continuarão a dar à diplomacia "todas as chances" para impedir uma invasão russa. Porém, ele apresentou um tom cético em relação às intenções de Moscou. Em suas palavras, "dois caminhos ainda estão abertos". "Mas não haja dúvidas: se a Rússia cometer essa violação invadindo a Ucrânia, nações responsáveis em todo o mundo não hesitarão em responder. Se não defendermos a liberdade onde ela está em risco hoje, certamente pagaremos um preço mais alto amanhã", completou. Atualmente, disse ele, há 150 mil soldados russos concentrados perto do território ucraniano, ante estimativa anterior de 130 mil.
Ainda de acordo com o presidente americano, os Estados Unidos e seus aliados não "sacrificariam princípios básicos" e respeitam a soberania da Ucrânia. Biden reconheceu a possibilidade de eventuais sanções americanos e de aliados à Rússia, no caso de uma invasão, impactarem significativamente a economia dos Estados Unidos, com possíveis aumentos de preços e interrupção no fornecimento de energia do país. "O povo americano entende que defender a democracia e a liberdade nunca é sem custo. Não vou fingir que será indolor", pontuou.
Segundo ele, o governo americano trabalha com produtores e transportadores de energia para elaborar planos de contingência e, assim, tentar antecipar problemas de fornecimento. Além disso, agirá em conjunto com o Congresso para criar "medidas adicionais para proteger os consumidores e lidar com o impacto dos preços na bomba de combustível". Também nesta 3ª feira, o ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, por sua vez, disse que o país só acreditará em uma diminuição da crise com a Rússia quando vir "as tropas saindo". Jeans Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi outro a afirmar não ter visto "quaisquer sinais de redução da presença militar russa nas fronteiras da Ucrânia". De acordo com ele, a Otan quer ver uma "retirada significativa e duradoura de forças, tropas, e, não menos importante, de equipamento pesado".
O presidente Russo, Vladimir Putin, afirmou novamente nesta 3ª novamente não querer guerra e que confiaria nas negociações, mas não se comprometeu em ordenar uma retirada total das tropas. De acordo com ele, os próximos movimentos da Rússia no conflito dependerão de como a situação evoluir. Após o encontro com chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou que o Ocidente concordou em discutir uma proibição do envio de mísseis para a Europa, restrições de exercícios militares e outras medidas em prol da construção de confiança mútua.
No encontro com Putin, Scholz voltou a dizer não estar prevista uma expansão da Otan para o leste. Putin afirmou não acreditar na fala. Dessa forma, a crise envolvendo a Ucrânia permanece. "Eles estão nos dizendo que isso não acontecerá amanhã. Bem, quando isso vai acontecer? O dia depois de amanhã? O que muda para nós na perspectiva histórica? Nenhuma coisa", afirmou o presidente russo. Segundo Scholz, as opções diplomáticas frente ao conflito estão "longe de esgotadas" e o anúncio da retirada das tropas russas é um "bom sinal". Acrescentou que a Alemanha espera outros na sequência.
**Com informações da Associated Press