Dinamarca começa a derrubar restrições mesmo com o avanço da subvariante
Segundo estudo da Universidade de Copenhague, o subtipo BA.2 é 1.5 vezes mais transmissível que a Ômicron
SBT News
A Dinamarca se tornou, nesta 3ª feira (1°.jan), um dos primeiros países da União Europeia a eliminar a maioria das restrições pandêmicas, já que o país escandinavo não considera mais o surto de covid-19 "uma doença socialmente crítica". Atualmente, o subtipo da ômicron BA.2 é responsável por 82% dos casos na nação.
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A razão para o relaxamento é que, embora a variante da Ômicron esteja emergindo na Dinamarca, ela não está sobrecarregando o sistema de saúde e o país tem uma alta taxa de vacinação.
A primeira-ministra Mette Frederiksen disse à rádio dinamarquesa que é muito cedo para saber se as medidas podem ter que voltar. "Não ouso dizer que é um adeus final às restrições", disse ela. "Não sabemos o que vai acontecer no outono. Se haverá uma nova variante", pontuou.
A Dinamarca, que tem 5,8 milhões de habitantes, teve em média mais de 50 mil casos diários, enquanto o número de pessoas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) hospitalar caiu. O chefe da Autoridade de Saúde Dinamarquesa, Soren Brostrom, disse à emissora dinamarquesa TV2 que sua atenção estava no número de pessoas nas UTIs, e não no número de infecções. Ainda segundo ele, 32 pacientes com coronavírus estão em UTIs atualmente. Algumas semanas atrás, haviam 80 pessoas.
A principal restrição que está desaparecendo é o uso de máscara, que não é mais obrigatória em transporte público, lojas e para clientes em pé em áreas internas de restaurantes. As autoridades recomendam o uso da proteção apenas em hospitais, unidades de saúde e lares de idosos. O ministro da Saúde, Magnus Heunicke, pediu que a população seja testada regularmente para que o país possa "reagir rapidamente, se necessário". Também há a consciência de que pode haver um aumento nas infecções nas próximas semanas e uma quarta dose de vacinação pode ser necessária.
Os dinamarqueses "tiveram muito sucesso em nosso programa nacional de vacinas ao longo de 2021, muitas pessoas receberam duas doses de vacinação e muitas também receberam três doses, e muitas dessas doses foram fornecidas no quarto trimestre de 2021", disse Jens Lundgren, professor de doenças virais do Hospital Universitário de Copenhague, à Associated Press.
O subtipo da Ômicron
A nova subvariante (BA.2) da Ômicron é 1,5 vez mais contagiosa que a original (BA.1), apontou um estudo da Statens Serum Institut da Universidade de Copenhage. Na Dinamarca, os casos do novo subtipo representam 82%.
O estudo analisou infecções por coronavírus em mais de 8.500 casas entre dezembro e janeiro e concluiu que as pessoas infectadas com a subvariante BA.2 tinham aproximadamente 33% mais chances de infectar outras pessoas, se comparadas com as infectadas com BA.1.
O novo subtipo já está presente nos Estados Unidos, Reino, Unido, Israel e em outros 50 países. Segundo o banco de dados Outbreak Info, há somente um caso no Brasil. Apesar de mais contagiosa, ainda não há dados sobre a gravidade subvariante.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a alertar as nações para pesquisas sobre a descoberta em seu website: "A partir de 24.01.2021, a linhagem descendente BA.2, que difere de BA.1 em algumas das mutações, inclusive na proteína Spike, está aumentando em muitos países. Investigações sobre as características de BA.2, incluindo propriedades de escape imunológico e virulência, devem ser priorizadas independentemente (e comparativamente) a BA".
A OMS ainda explicou que a Ômicron foi mais fácil de detectar que as outras, pois não tem um dos três-genes alvos, que podem ser identificados em um teste PT-PCR comum. Já a BA.2 será analisada como as outras linhagens, pois não apresenta tal ausência. Ela é testada como as outras; é possível identificar a infecção pelo autoteste, mas não é possível saber qual tipo a causou.
Já foram detectados quatro subtipos: BA.1, BA.1.1, BA.2 e BA.3.