EUA: Biden foca em infraestrutura e tecnologia com um ano de governo
Presidente completa 12 meses na Casa Branca com o desafio de implementar projetos de proteção ao meio ambiente e conquistas como a redução do desemprego
Patrícia Vasconcellos
Washington D.C. -- Há um ano, Joe Biden e Kamala Harris tomaram posse em um evento reduzido pelos cuidados com a pandemia e também por segurança. O Capitólio havia sido invadido há pouco tempo. Doze meses depois, Joe Biden passou o dia na Casa Branca com reuniões que envolvem investimentos em infraestrutura e tecnologia. O primeiro encontro, no fim da manhã, teve a participação da vice presidente Kamala Harris. À tarde, Biden se reuniu virtualmente com integrantes do Conselho de assesores de ciência e tecnologia do presidente. "Vocês representam o topo das suas áreas: medicina, matemática, astrofísica, agricultura...", disse o democrata em frente a um painel que mostrava queimadas em áreas verdes e satélites. O governo americano quer usar a tecnologia no combate ao aquecimento global. Por mais de uma vez, Biden falou de sua meta de reduzir a emissão de gases poluentes e substituir a frota de veículos a combustível por carros elétricos.
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Sobre o combate à pandemia, tema que consumiu meses deste começo da administração, Biden lembrou que 75% dos adultos americanos estão totalmente vacinados e que 9 milhões de pessoas são imunizadas a cada semana. Para vencer o desafio dos não vacinados por convicção -- que representam quase 35% --, o governo americano vai enviar gratuitamente para a casa da população máscaras N95. Os americanos também terão acesso a testes gratuitos para detecção de covid para serem feitos em casa.
Assuntos que o presidente americano colocou como prioridade no discurso de abertura na 4ª feira (19.jan), antes da entrevista coletiva, e que ficaram na sombra pela proporção que tomou o conflito entre Rússia e Ucrânia. Biden afirmou na entrevista de quase duas horas que acredita que Putin vai avançar e que se assim o fizer a Rússia terá consequências desastrosas. "Senhor presidente, por que o senhor está esperando Putin dar o primeiro passo?", indagou uma jornalista.
Biden não respondeu perguntas nesta 5ª feira (20.jan). Na véspera, já havia dito que a resposta no caso de uma invasão russa na Ucrânia será imediata. Biden ponderou que não há um consenso dentro da OTAN sobre como proceder a depender do que Putin fizer. A afirmação gerou diferentes interpretações e para esclarecer o assunto a Casa Branca soltou um comunicado afirmando: "O presidente Biden foi claro com o presidente russo: se alguma força militar russa atravessar a fronteira ucraniana, isso é uma invasão renovada, e será recebida com uma resposta rápida, severa e unida dos Estados Unidos e de nossos aliados. O presidente Biden também sabe, por longa experiência, que os russos têm uma extensa cartilha de agressão além da ação militar, incluindo ataques cibernéticos e táticas paramilitares. E afirmou hoje que esses atos de agressão russa terão uma resposta decisiva, recíproca e unida".
Biden também afirmou que pretende viajar mais porque entende que muitos americanos o veem como senador-presidente e não apenas presidente. "Passei muito tempo negociando com legisladores", disse Biden na coletiva do dia 19.
Nesta 5ª feira, a porta-voz da Casa Branca Jen Psaki, disse: "Certamente significa que você o verá mais na estrada. Você provavelmente vai ver ele trazer com ele membros do Congresso no Air Force One como o fez recentemente". Uma pesquisa divulgada esta semana pela AP-NORC indicou que 45% dos americanos aprovam o governo democrata. Em dezembro de 2021, o índice de aprovação foi de 57% e em julho do ano passado, 66%.
"Todo presidente - não necessariamente nos doze primeiros meses - mas todo presidente nos primeiros anos, pelo menos quatro deles, tiveram pesquisas que indicavam que 44 por cento eram favoráveis" disse Biden. Em outro momento da coletiva do dia 19 o democrata afirmou: "Uma das coisas que considero fascinantes e que vocês lidam com todos os dias é que há muita especulação nos dados das pesquisas".
Entre os desafios e conquistas do último ano, Biden tem a seu favor a queda no índice de desemprego - que fechou em menos de 4 por cento no último mês do ano passado, a volta dos Estados Unidos em acordos internacionais e o enfrentamento à pandemia. Os Estados Unidos são o país que colocaram mais vacinascontra Covid19 a disposição da população apesar de parte dos americanos ter escolhido não se imunizar completamente. O controle da inflação é um assunto que o democrata afirma ter solução: seu plano de infraestrutura que, segundo Biden, vai estimular a competição interna. Capitalismo sem concorrência é exploração, disse o presidente americano, na entrevista coletiva do dia 19. Sobre popularidade, este ano há elieções legislativas e o resultado das urnas poderá ser um indicativo mais claro sobre o que pensa o americano.
Confira reportagem do SBT Brasil: