A caminho da cúpula do G-20, Biden negocia mais dinheiro para crise do clima
Antes de viajar à Itália, presidente dos EUA foi ao Congresso tratar do Orçamento para 2022
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Washington DC - A agenda do presidente dos Estados Unidos foi atualizada nas primeiras horas desta 5ª feira (28.out) para inclusão de mais um compromisso: uma visita ao Congresso. Lá, Joe Biden se reuniu com parlamentares na tentativa que aprovem sua proposta de inclusão de U$ 1,75 trilhão no Orçamento para 2022. O valor adicional será investido, segundo a Casa Branca, na economia interna e na proteção do meio ambiente - tema considerado essencial nesta administração.
Depois do encontro, já na Casa Branca, Biden chamou o plano de "histórico". "Ninguém consegue tudo o que quer nem eu. Mas isso é compromisso. Há consenso e é isso que eu busco", disse o presidente. Emperrado há meses no Congresso, o pacote encolheu para cerca da metade do valor inicialmente pedido, de US$ 3,5 trilhões.
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Considerado o projeto de lei mais abrangente de sua geração, o pacote de investimento na rede de proteção social americana e em ações contra as mudanças climáticas sugeridos pelo governo de Biden incluía várias medidas que visavam a auxiliar a classe média, além de ações ambientais, mas sofreu resistência de senadores do próprio partido Democrata, considerados mais centristas. Muitas das propostas iniciais precisaram ser deixadas de lado, o que pode dificultar a aprovação por membros da ala mais progressista do partido.
"Qualquer uma dessas políticas seria vista como uma mudança fundamental nos Estados Unidos. Juntas, elas são realmente importantes.", afirmou Biden durante o anúncio, que ocorreu um pouco antes dele viajar para Roma, na Itália, onde acontece a cúpula do G-20, encontro das principais economias do mundo. O pacote está atrelado a um projeto de infraestrutura bipartidário de quase US $ 1 trilhão já aprovado pelo Senado e que se encaminha para os votos finais na Câmara, possivelmente nesta 5ªfeira (28.out).
Trunfo para reunião do G-20
Biden estava ansioso para ter um acordo antes de partir para a Europa. Em seu encontro com legisladores no Capitólio, ele teria dito que queria chegar a Roma com o progresso em mãos, para mostrar aos líderes mundiais incluindo os da Rússia e da China, que as democracias ainda funcionam, de acordo com participantes da reunião privada.
O presidente também teria dito que não é "exagero dizer que as maiorias na Câmara e no Senado e minha presidência serão determinados pelo que acontecer na próxima semana".
Mas o pacote revisado perdeu algumas das principais prioridades dos Democratas à medida que as ambições do presidente abriram caminho para as realidades políticas do Congresso estreitamente dividido. A licença familiar paga e os esforços para reduzir o preço dos medicamentos prescritos foram totalmente eliminados do pacote, atraindo a indignação de alguns legisladores e grupos sociais.
Ainda na mistura, uma longa lista de outras prioridades: pré-escola gratuita para todas as crianças, programas de saúde expandidos e US $ 555 bilhões para combater as mudanças climáticas.
Apesar de uma série de prazos, os democratas ainda parecem incertos quanto um acordo, e os republicanos se opõem majoritariamente ao pacote.
A negociação interna para aprovação de gastos acontece às vésperas da COP26, a Conferência do Clima das Nações Unidas, que começa no próximo domingo, 31 de outubro, em Glasgow. O site do evento, que tem como anfitrião o Reino Unido, traz na página principal palavras do primeiro ministro inglês, Boris Johnson: "assegurar um futuro melhor para nossas crianças e gerações futuras requer dos países ação urgente - em casa e no exterior - para lidar com as mudanças climáticas".