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Tribunal do Vaticano absolve padres em suposto caso de abuso sexual

Para juízes, acusação era "baseada principalmente nas declarações da pessoa ofendida"

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Representante da acusação havia pedido pena de seis anos de reclusão para um dos padres (Divulgação/Vatican News)
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O Tribunal do Vaticano absolveu nesta 4ª feira (6.out) dois padres acusados de envolvimento em supostos casos de abuso sexual ocorrido no Pré-Seminário São Pio X, antes localizado na cidade-estado. O sacerdote Gabriele Martinelli, de 29 anos, é ex-aluno do pré-seminário e vinha sendo indicado como suspeito de praticar a violência contra um companheiro, sete meses mais novo, entre 2007 e 2012, enquanto o ex-reitor do espaço e sarcerdote Enrico Radice, de 71, era suspeito de ter atuado como cúmplice dos crimes.

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De acordo com a sentença, promulgada às 12h45 pelo presidente do Tribunal, Giuseppe Pignatone, Martinelli não poderia ser punido pelos supostos eventos ocorridos até 9 de agosto de 2008, pois era menor de 16 anos na época, e as provas utilizadas para embasar as acusações que se referem ao período seguinte são insuficientes. A ação penal contra o padre foi extinta ainda por prescrição do suposto crime de corrupção de menores ocorrido entre 9 de agosto de 2008 e 19 de março de 2009.

Em relação ao padre Radice, o Tribunal declarou a prescrição do delito de cumplicidade que ele teria cometido ao enviar uma carta ao então bispo de Como, dom Coletti, com pedido para que o caso fosse arquivado em razão de as acusações serem infundadas. Além disso, os magistrados concluíram que o padre não escreveu uma segunda carta de mesmo teor, ao contrário do que a acusação dizia, e não poderia ser punido por declarações dadas a um promotor de Justiça em 6 de setembro de 2018.

Para os juízes, a suposta vítima foi contraditória e ilógica em falas proferidas sobre o caso em diferentes ocasiões e a acusação era "baseada principalmente nas declarações da pessoa ofendida". Por outro lado, pelos documentos analisados, o Tribunal entendeu que Martinelli de fato manteve relações sexuais com o companheiro.

O representante da acusação havia pedido pena de seis anos de reclusão para o padre Marinelli e de quatro anos para o padre Radice. O julgamento durou cerca de um ano e teve 13 audiências no total.

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