Papa sente vergonha dos abusos sexuais de crianças por padres, na França

O papa Francisco expressou, nesta 4ª feira (6.out), sentir vergonha de si mesmo e da Igreja Católica após a publicação de um relatório sobre abusos sexuais contra crianças nas instituições religiosas da França. Ao todo, foram constatados 330 mil abusos por padres e clérigos nos últimos 70 anos. 

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"Desejo expressar às vítimas a minha tristeza e minha dor pelos traumas sofridos, e também minha vergonha, nossa vergonha, pela incapacidade da Igreja, durante muito tempo, para colocá-las no centro de suas preocupações", disse Francisco, em uma audiência geral. Ele pediu que bispos e superiores religiosos façam o esforço necessário para que "tragédias semelhantes não voltem a acontecer".

O pontífice também expressou sua "proximidade e apoio paternal" aos padres franceses em face de uma "prova difícil", e pediu aos católicos franceses que "garantam que a Igreja permaneça uma casa segura para todos".

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Segundo o relatório, divulgado na 3ª feira (5.out), padres e religiosos abusaram de 216 mil crianças entre 1950 e 2020, mas o número alcançaria 330 mil se levados em consideração os crimes cometidos por laicos que trabalharam em instituições religiosas. O documento foi produzido pela Comissão Independente sobre os Abusos Sexuais na Igreja (Ciase), após mais de dois anos de apuração.

Em 2019, Francisco emitiu uma lei exigindo que todos os padres e freiras católicos denunciem os crimes de abusos sexuais praticados nas instituições religiosas. Em junho deste ano, o pontífice endureceu o regulamento contra clérigos que abusam sexualmente de menores de idade e adultos vulneráveis, assim como a responsabilização em casos de omissão e negligência.