Provável novo premiê da Alemanha quer governo com verdes e liberais
Vice-chanceler, do Partido Social-Democrata, Olaf Scholz venceu eleições e deve suceder Angela Merkel
SBT News
O vice-chanceler e ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, declarou vitória nas eleições federais do último domingo (26.set) e afirmou que o povo expressou o desejo por um governo entre sociais-democratas, liberais e verdes.
"Uma coalizão social-ecológica-liberal tem sólidos pressupostos na história, e é isso que temos de fazer", afirmou Scholz, que é líder do Partido Social-Democrata (SPD) e vencedor das eleições com 25,7% dos votos, segundo resultados oficiais preliminares, o que corresponde a 206 das 735 cadeiras no Parlamento.
O segundo lugar nas eleições ficou com o partido da atual chanceler Angela Merkel, União Democrata-Cristã (CDU), e seu braço na Baviera, a União Social-Cristã (CSU), que obtiveram 24,1% dos votos, representando 196 assentos no Parlamento.
Os Verdes foram de 8,9% para 14,8% -- 118 representantes --, impulsionados pela crescente preocupação ambiental dos jovens da Europa Ocidental, enquanto o Partido Democrático Liberal (FDP) passou de 10,7% para 11,5% -- 92 assentos.
Scholz explicitou que não pretende seguir com a aliança entre os democratas-cristãos e os sociais-democratas. "Os eleitores expressaram sua vontade de modo claro: reforçaram SPD, verdes e liberais, e esses três devem guiar o novo governo", declarou nesta 2ª feira (27.set).
O SPD já governou em aliança com o FDP entre 1969 e 1982, com Willy Brandt e Helmut Schmidt, e em coalizão com os Verdes, de 1998 a 2005, com Gerard Schröder, mas nunca com os dois ao mesmo tempo.
"CDU e CSU não apenas perderam muitos votos, mas também receberam a mensagem dos eleitores de que agora não podem mais estar no governo, devem ir para a oposição", reforçou.
Apesar do otimismo do vice-chanceler a fragmentação do Parlamento deve dificultar negociações para a formação do governo, em particular pelas diferenças entre liberais e verdes. Scholz era visto como o "herdeiro" de Merkel, apesar de pertencer ao partido concorrente.
Veja reportagem do SBT Brasil: