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Na ONU, Bolsonaro defende tratamento precoce contra covid-19

Presidente disse que Brasil defende a imunização para quem quer ser vacinado 

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jair bolsonaro
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) abriu a Assembleia Geral da ONU, nesta 3ª feira (21.set), com a defesa do "tratamento precoce" para a covid-19, sem embasamento científico. "Desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do tratamento precoce, seguindo recomendação do nosso Conselho Federal de Medicina. Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial. Respeitamos a relação médico-paciente na decisão da medicação a ser utilizada e no seu uso off-label", disse o presidente.

Em contrapartida, Jair Bolsonaro defendeu a vacinação para quem quiser ser imunizado no país e garantiu que, até novembro, todos que quiserem ser imunizados receberão as vacinas. 

"Até o momento, o Governo Federal distribuiu mais de 260 milhões de doses de vacinas e mais de 140 milhões de brasileiros já receberam, pelo menos, a primeira dose, o que representa quase 90% da população adulta. 80% da população indígena também já foi totalmente vacinada. Até novembro, todos que escolheram ser vacinados no Brasil, serão atendidos. Apoiamos a vacinação, contudo o nosso governo tem se posicionado contrário ao passaporte sanitário ou a qualquer obrigação relacionada a vacina. [...] Não entendemos porque muitos países, juntamente com grande parte da mídia, se colocaram contra o tratamento inicial. A história e a ciência saberão responsabilizar a todos", afirmou o presidente. 

Sobre a pandemia, Bolsonaro criticou governadores e prefeitos por conta das medidas de lockdown e ainda afirmou que no Brasil houve a o auxílio emergencial distribuído pelo governo federal de US$ 800 para 68 milhões de pessoas em 2020. O que não condiz com a realidade, já que a parcela mais alta do auxílio, em 2020, chegou a R$ 1200 reais para mães que são responsáveis sozinhas por suas famílias, o equivalente a US$ 225,46. 

7 de Setembro

Além das vacinas, Bolsonaro falou sobre as manifestações do dia 7 de Setembro, realizadas em apoio ao presidente e com bandeiras como o fim do Supremo Tribunal Federal. "No último 7 de setembro, data de nossa Independência, milhões de brasileiros, de forma pacífica e patriótica, foram às ruas, na maior manifestação de nossa história, mostrar que não abrem mão da democracia, das liberdades individuais e de apoio ao nosso governo". Uma correção é que a maior manifestação do Brasil foi em 13 de março de 2016, quando anifestantes saíram às ruas em 326 cidades contra o governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo os organizadores dos atos, foram 6,8 milhões de pessoas, já de acordo com as PMs, 3,6 milhões de pessoas.

Novo Brasil

O presidente Bolsonaro buscou mostrar que o país vive novos tempos, sem corrupção e criticou mais uma vez os veículos de comunicação. "Venho aqui mostrar o Brasil diferente daquilo publicado em jornais ou visto em televisões. O Brasil mudou, e muito, depois que assumimos o governo em janeiro de 2019. Estamos há 2 anos e 8 meses sem qualquer caso concreto de corrupção", ressaltou Bolsonaro. No entanto, há ao menos, sete casos relacionados a suspeita de corrupção acumulados pelo governo atual.

Só contra o presidente Jair Bolsonaro, há um inquérito na Polícia Federal (PF) para investigação dos crimes de corrupção passiva privilegiada, advocacia administrativa, obstrução da Justiça, falsidade ideológica e coação no curso do processo. A suspeita é de que o presidente interferiu no comando da Polícia Federal do Rio de Janeiro para proteger familiares de investigações. 

O setor econômico também foi destaque no discurso do presidente Jair Bolsonaro. O presidente buscou mostrar que o país é um ótimo lugar para realização de investimentos estrangeiros. "Temos tudo o que investidor procura: um grande mercado consumidor, excelentes ativos, tradição de respeito a contratos e confiança no nosso governo". 

Na área de infraestrutura, Jair Bolsonaro afirmou que houve o ressurgimento do modal ferroviário no Brasil e, como consequência, um menor consumo de combustíveis fósseis e redução do custo Brasil. Já emendando com a questão ambiental, o presidente afirmou que "nossa moderna e sustentável agricultura de baixo carbono alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e utiliza apenas 8% do território nacional. Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa. Nosso Código Florestal deve servir de exemplo para outros países", ressaltou.

O presidente afirmou que o país tem 66% da vegetação nativa, a mesma desde o seu descobrimento, em 1500. Além disso, disse que 84% da floresta Amazônica está intacta. Um outro ponto levantado pelo presidente é a promessa da antecipação de 2060 para 2050 do objetivo de alcançar a neutralidade climática no Brasil.

"O Brasil já é um exemplo na geração de energia com 83% advinda de fontes renováveis. Por ocasião da COP-26, buscaremos consenso sobre as regras do mercado de crédito de carbono global. Esperamos que os países industrializados cumpram efetivamente seus compromissos com o financiamento de clima em volumes relevantes.O futuro do emprego verde está no Brasil: energia renovável, agricultura sustentável, indústria de baixa emissão, saneamento básico, tratamento de resíduos e turismo", disse.

Sobre a questão da inclusão e diversidade, Bolsonaro falou sobre racismo, liberdade de culto e respeito aos indígenas. "Ratificamos a Convenção Interamericana contra o Racismo e Formas Correlatas de Intolerância. Temos a família tradicional como fundamento da civilização. E a liberdade do ser humano só se completa com a liberdade de culto e expressão. 14% do território nacional, ou seja, mais de 110 milhões de hectares, uma área equivalente a Alemanha e França juntas, é destinada às reservas indígenas. Nessas regiões, 600.000 índios vivem em liberdade e cada vez mais desejam utilizar suas terras para a agricultura e outras atividades", afirmou. 

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