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Histórias revelam face mais tradicional dos paquistaneses e afegãos

Mesmo antes do Talibã, ambos já eram povos conservadores

Histórias revelam face mais tradicional dos paquistaneses e afegãos
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Os costumes ultraconservadores fazem parte da cultura de paquistaneses e afegãos há séculos. Alguns hábitos são mais curiosos, e outros, mais difíceis de serem compreendidos por muitos dos ocidentais. Histórias de pessoas revelam, em detalhes, a face mais tradicional dos dois povos.

No fundo da maior fábrica de pipas, quando o relógio marca mais 20h, um menino de 15 anos ainda trabalha. Madnar estudou até a sexta série e, hoje, trabalha para ajudar a família. No único dia da semana em que tem folga, ele pode brincar como outros da idade dele. Há muitos pelas ruas do Paquistão com um bastão e uma bolinha, O críquete é o esporte nacional do país.

O que também também é muito  comum no território paquistanês são histórias como a de Hasan. O vendedor de roupas tem 20 anos. Ele se casará daqui a cinco, com uma mulher escolhida pela mãe dele com quem só poderá conversar no dia do casamento. Outro jovem, outra história: Sanaula tem 18 anos e conta que não deixar um estranho falar com a irmã dele. "Minha irmã jamais conversaria com outra pessoa, porque ela é muçulmana", fala o estudante.

Nem todos os muçulmanos são assim. Depende da maneira como interpretam o Islã. Nas ruas de Pexauar, há muito mais homens que mulheres, todas com a cabeça coberta; algumas, com tudo coberto. Marda, uma mulher muito pobre e viúva, de 60 anos, que reclama da fome, não da roupa, e cobre a cabeça com a burca, fala que usa o traje de forma feliz.

Mesmo antes do Talibã, os afegãos e os paquistaneses já eram povos conservadores. Mas sempre foi algo cultural, de costume. A radicalização imposta pelo Talibã a outros grupos tornou os hábitos algo obrigatório, uma imposição do estado. E a religião, em sua forma mais extrema, passou a ter mais peso que a identidade cultural das pessoas.

Os pachtuns são uma tribo linguística que vive no Paquistão e no Afeganistão. São mais de 50 milhões. Na Universidade de Pexauar, na fronteira, o professor Siyid Irfan, um dos maiores especialista da cultura pachtum, fala que as roupas nunca foram compulsórias. Em suas palavras, "a burca é uma questão cultural. Se as mulheres querem usar, tudo bem". "Quando o Talibã chegou, eles a tornaram obrigatório e em todos os lugares, quando foi forçado, aí, sim, tornou-se uma forma de opressão", completa. O professor é um dos muitos que temem a radicalização imposta pelos fundamentalistas.

O último sinal do grupo neste sentido foi a invasão da Embaixada da Noruega, em Cabul. Pelas redes sociais, o embaixador norueguês disse que o prédio só seria devolvido depois que as garrafas de vinho fossem destruídas e os livros infantis fossem queimados. Neste mundo radical, não há opção, não há chance de convivência com o diferente. Há apenas as escolhas dos extremistas, para tudo e para todos.

Veja reportagem do SBT Brasil:

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