Nova York celebra com fogos vacinação avançada da covid-19
Estado americano atingiu 70% de adultos imunizados contra o novo coronavírus com pelo menos uma dose
Patrícia Vasconcellos
Nova York - Foi logo depois do pôr-do-sol que nesta época do ano, já quase verão, acontece por volta das oito e meia da noite. No horizonte de Nova York, foi possível ver os fogos de artifício estourados a partir das 21h15 da última terça-feira, dia 15 de junho. Quem estava posiconado no Brooklyn, próximo à ponte de mesmo nome, conseguiu ver as cores distintas que invadiram o espaço e os fogos em diferentes formas. A celebração encomendada pelo governador Andrew Cuomo é pela meta atingida de 70 por cento de adultos vacinados com ao menos uma dose. "Isso é pelos trabalhadores da linha de frente, da saúde, que nos ajudaram até o dia de hoje" disse o governador nova iorquino.
Diferentes edifícios da cidade, incluindo o Empire State, foram iluminados com as cores azul, branco e dourado também em menção ao nível de imunização atingido. Um letreiro no prédio famoso de Nova York também levava os dizeres "renove, reconstrua, reimagine, sempre para cima, estado de Nova York". A curva de contaminação por aqui está em constante queda desde fevereiro e nos últimos dias atingiu os menores índices. Nas útlimas 24 horas o estado de Nova York registrou 650 hospitalizaçõs e 9 mortes em decorrência da Covid19. Há um ano, no auge da pandemia, a cidade de Nova York, em abril do ano passado, chegou a registrar 2500 mortes por dia devido à covid19 o que naquele momento representava 25% das mortes nos Estados Unidos. A mudança é consequência das medidas de prevenção aliadas à vacinação.
Há mais de doze meses os teatros da Broadway, por exemplo, estão fechados. Eles só vão reabrir em setembro, um ano e meio depois do fechamento. Somente ontem, 15 de junho, as restrições dos comércios foram suspensas. A partir de agora, não há limite de capacidade para clientes em bares, restaurantes, cinemas e também não é necessário distanciamento. A definição das regras internas de cada lugar, no entanto, caberá aos donos dos estabelecimentos. Sobre o uso de máscara, o estado de Nova York segue com a recomendação do CDC - Centro de Controle e Prevenção de Doenças do país - que orienta uso obrigatório para quem não se vacinou contra a covid-19. Para os totalmente imunizados há pelo menos 14 dias, o uso da máscara não é mais recomendado, nem em ambientes internos.
A celebração em Nova York coincidiu com o dia em que os Estados Unidos registraram 600 mil vítimas em decorrência do novo coronavírus. Um número que faz dos Estados Unidos o país com o maior número de mortes em todo o mundo. No Capitólio, sede do poder legislativo americano, deputados posicionados nas escadarias fizeram um minuto de silêncio. A meta do governo de Joe Biden é vacinar com ao menos uma dose 70 por cento da população adulta até o dia 4 de julho,Independência dos Estados Unidos. Neste dia, Biden afirmou que o país vai celebrar a independência do vírus. Uma festa foi inclusive programada na Casa Branca para este mesmo dia. No mundo, a realidade é distinta. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a pandemia só será considerada sob controle quando 60 por cento da população mundial estiver imunizada e para que isso aconteça, segundo a OMS, ainda faltam 11 bilhões de doses. A afirmação foi feita esta semana logo após a reunião dos líderes do G7, países mais industrializados do mundo.
Doações de vacinas
Em uma praia britânica no último fim de semana, os governantes do Reino Unido, Estados Unidos, França, Alemanha, Japão, Canadá e Itália se comprometeram a doar 1 bilhão de doses até o ano que vem para diferentes países. Metade sairá dos Estados Unidos com imunizantes fabricados pela americana Pfizer. O Reino Unido vai doar 100 milhões de doses da AstraZeneca e o restante será distribuído pelos outros países. Para atingir a meta estabelecida pela OMS, 11 bilhões de doses, falta muito. O grupo do G7 foi otimista. Na declaração conjunta definiu como meta acabar com a pandemia até o fim do ano que vem contando com novas doações. Para a Organização Mundial da Saúde, além da imunização, importante também é a prevenção nos países onde não há vacinas suficientes o que significa proteger nariz e boca e manter regras de distanciamento