Queremos a "restauração da paz", diz diplomata israelense
Em entrevista ao SBT News, conselheiro político da Embaixada de Israel no Brasil traz perspectiva sobre o conflito
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O atual confronto entre Israel e a Palestina -- o maior na região desde 2014 -- chegou ao terceiro dia nesta 4ª feira (12.mai). Até o momento, ao menos 63 pessoas morreram, sendo 56 palestinos e 7 israelenses, conforme divulgações dos dois países. Outras centenas ficaram feridas.
A situação conflituosa entre os dois países é antiga, mas voltou à ofensiva bélica após um confronto entre palestinos e policiais israelenses na Esplanada das Mesquitas -- local de importância religiosa para judeus e mulçumanos -- na 2ª feira (10.mai).Desde então, palestinos soltaram mais de 1.500 foguetes contra Israel em três dias, conforme divulgação das Forças Defensivas Israelenses, o que levou à suspensão de aulas presenciais e à diminuição da circulação de pessoas no país. A maioria dos foguetes, contudo, é interceptada antes de cair em Israel.
WATCH as the Iron Dome Aerial Defense System intercepts rockets over southern Israel: pic.twitter.com/xUz3bMuTzz
? Israel Defense Forces (@IDF) May 12, 2021
Do outro lado, Israel destruiu um prédio em Gaza na 3ª feira (11.mai). O país afirma que se tratava de um escritório da organização terrorista Hamas. A Palestina rebate e diz que o local era um prédio residencial. Os dois governos mantêm o tom de que estão prontos para proteger suas populações.
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O diplomata e conselheiro político da embaixada de Israel no Brasil, David Atar, afirmou, ao SBT News, que o conflito começou há duas semanas, quando o presidente palestino Mahmoud Abbas decidiu cancelar as eleições no país e, segundo ele, reacendeu a tensão contra Israel. "Falou que os judeus, em um tom racista, querem pegar a Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, uma coisa que é falsa", argumenta o diplomata.
"De novo estamos em uma situação que é impossível para nós. O país está paralisado. Temos todas as escolas fechadas, 80% da população está sob ataque de mísseis que são lançados quase como 1 a cada 2 minutos. E eles já mataram 7 cidadãos israelenses. Temos mais de 200 feridos", declara, ao afirmar que a população de Israel é pequena, com 9 milhões de habitantes.
O conselheiro político também afirma que o objetivo do país é chegar a um acordo diplomático para encerrar o envio de mísseis a Israel. Para isso, cita países que apoiam o fim do confronto. Os Estados Unidos e a Organização das Nações Unidas (ONU) se colocaram contra o conflito entre as regiões.
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"Temos países árabes que ajudam Israel a chegar a uma solução diplomática. O Egito está ajudando nessa intermediação. Os Estados Unidos. Todo mundo quer ver esse lançamento de mísseis parar e a restauração da paz e ordem pública para as ruas em Israel, e para palestinos também", pontua.
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Nesta 4ª feira (12.mai), os presidentes dos Estados Unidos e do Brasil, Joe Biden e Jair Bolsonaro (sem partido), respectivamente, comentaram os conflitos na região. Os dois adotaram discurso semelhante, pedindo o fim do conflito, mas defendendo Israel, sem mencionar a Palestina. Enquanto Bolsonaro -- que ainda expressou condolências às famílias das vítimas -- disse ser "absolutamente injustificável o lançamento indiscriminado de foguetes contra o território israelense", Biden foi mais incisivo e afirmou que "Israel tem o direito de se defender".