Uma entrevista com eleitores de Biden e Trump em Washington DC
Lado a lado para acompanhar a posse estão uma mexicana democrata e um republicano de Nova Jersey
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Washington DC - Na rua que dá acesso ao Capitólio, agora fechada com caminhões do exército e barras de concreto, uma bandeira com o nome de Joe Biden e Kamala Harris ganhou destaque em uma tarde fria de inverno. Em uma ponta, Jessica Leon, imigrante latina que chegou aos Estados Unidos aos 13 anos, mesma idade do filho Balian que a acompanhava na outra extremidade. "Sou da Cidade do México e votei pela primeira vez porque acabo de receber minha cidadania", disse Jessica que veio do Tennessee, estado a mil quilômetros de distância da capital americana. Questionada por que ela não seguiu a recomendação das autoridades, de acompanhar a posse de Biden e Kamalla de casa por conta da pandemia e do esquema de proteção na cidade, Jessica respondeu: "eu votei nele e queria estar aqui porque dei meu voto, o primeiro", garantindo que na quarta-feira, dia 20, vai estar nas ruas para ver a distância, o clima na cidade.
Jessica é o exemplo de uma parcela da população que fez diferença este ano. Na Flórida por exemplo, os latinos representaram 17% dos eleitores registrados em 2020 segundo o Pew Resercher Center .
Naquele estado, a maioria desse eleitorado preferiu Trump - 55% dos latinos moradores da Flórida votaram pelo republicano. Em números brutos, a Califórnia é o estado com o maior número de eleitores que originalmente vieram da América Latina e ganharam cidadania, são 7.9 milhões. Em seguida está o Texas (5.6 milhões), Flórida (3.1 milhões), Nova York (2 milhões) e Arizona (1.2 milhões) segundo o Pew Resercher Center.
William Wieting, eleitor de Donald Trump morador de Nova Jersey em frente ao Capitólio. Foto: Patrícia Vasconcellos
Ao lado de Jessica, um americano de New Jersey eleitor de Donald Trump ouvia a entrevista. "Não sou radical, acredito na democracia e respeito o que ela diz" afirmou William Wieting. Ele afirma que chegou em Washington DC no dia 6 de Janeiro para apoiar Donald Trump. William diz que foi ver Donald Trump discursar naquele dia, em frente a Casa Branca. "Fiquei feliz quando ele disse: vamos caminhar pacificamente ao Capitólio", afirmou o republicano dizendo que no dia 6 de Janeiro - data da invasão da sede do legislativo - ele não estava próximo ao Capitólio. Questionado sobre o que ele sente a um dia da posse de Biden, William afirmou que não acredita que o democrata irá assumir na quarta-feira, dia 20. "Como isso aconteceria", questiona a repórter. William acredita que novos protestos de apoiadores de Trump podem atrasar a posse.
No entorno do Capitólio, no entanto, e em toda a capital americana, o cenário demonstra segurança. Os 25 mil homens e mulheres da Guarda Nacional estão posicionados em cada esquina, todas as ruas no entorno dos edifícios públicos estão interditadas com caminhões estacionados na transversal e o Pentágono intensifica os esforços para identificar e combater integrantes de grupos radicais. Sobre a invasão ao Capitólio, o FBI prendeu ao menos 160 pessoas e continua a investigar e a buscar pessoas que participaram da ação do último dia 6.
Ver o novo presidente americano no trajeto da Casa Branca até o Capitólio não será possível. A Avenida Pensilvânia estará fechada e apenas pessoas credenciadas poderão entrar ali no dia da posse. Todas serão posicionadas com distanciamento social pela Covid19. O National Mall - área verde entre os edifícios públicos - está totalmente fechado. Ali, bandeiras de diferentes países representam as pessoas que não poderão estar em Washington DC para o juramento de Biden e Kamala Harris. "Vou ficar na rua, sentir o clima e acompanhar com distanciamento seguro" disse Balian, o filho de Jessica. Após a posse, eles voltam ao Tennessee.
Jessica é o exemplo de uma parcela da população que fez diferença este ano. Na Flórida por exemplo, os latinos representaram 17% dos eleitores registrados em 2020 segundo o Pew Resercher Center .
Naquele estado, a maioria desse eleitorado preferiu Trump - 55% dos latinos moradores da Flórida votaram pelo republicano. Em números brutos, a Califórnia é o estado com o maior número de eleitores que originalmente vieram da América Latina e ganharam cidadania, são 7.9 milhões. Em seguida está o Texas (5.6 milhões), Flórida (3.1 milhões), Nova York (2 milhões) e Arizona (1.2 milhões) segundo o Pew Resercher Center.
William Wieting, eleitor de Donald Trump morador de Nova Jersey em frente ao Capitólio. Foto: Patrícia Vasconcellos
Ao lado de Jessica, um americano de New Jersey eleitor de Donald Trump ouvia a entrevista. "Não sou radical, acredito na democracia e respeito o que ela diz" afirmou William Wieting. Ele afirma que chegou em Washington DC no dia 6 de Janeiro para apoiar Donald Trump. William diz que foi ver Donald Trump discursar naquele dia, em frente a Casa Branca. "Fiquei feliz quando ele disse: vamos caminhar pacificamente ao Capitólio", afirmou o republicano dizendo que no dia 6 de Janeiro - data da invasão da sede do legislativo - ele não estava próximo ao Capitólio. Questionado sobre o que ele sente a um dia da posse de Biden, William afirmou que não acredita que o democrata irá assumir na quarta-feira, dia 20. "Como isso aconteceria", questiona a repórter. William acredita que novos protestos de apoiadores de Trump podem atrasar a posse.
No entorno do Capitólio, no entanto, e em toda a capital americana, o cenário demonstra segurança. Os 25 mil homens e mulheres da Guarda Nacional estão posicionados em cada esquina, todas as ruas no entorno dos edifícios públicos estão interditadas com caminhões estacionados na transversal e o Pentágono intensifica os esforços para identificar e combater integrantes de grupos radicais. Sobre a invasão ao Capitólio, o FBI prendeu ao menos 160 pessoas e continua a investigar e a buscar pessoas que participaram da ação do último dia 6.
Ver o novo presidente americano no trajeto da Casa Branca até o Capitólio não será possível. A Avenida Pensilvânia estará fechada e apenas pessoas credenciadas poderão entrar ali no dia da posse. Todas serão posicionadas com distanciamento social pela Covid19. O National Mall - área verde entre os edifícios públicos - está totalmente fechado. Ali, bandeiras de diferentes países representam as pessoas que não poderão estar em Washington DC para o juramento de Biden e Kamala Harris. "Vou ficar na rua, sentir o clima e acompanhar com distanciamento seguro" disse Balian, o filho de Jessica. Após a posse, eles voltam ao Tennessee.
Guarda Nacional posicionada em Washington DC. Foto: Patrícia Vasconcellos
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