Por que a apuração nos EUA demora tanto?
Cada estado tem um método próprio para contar os votos nas eleições presidenciais
Publicidade
Três dias após o início da apuração dos votos, o cenário continua indefinido nos estados-chave para a disputa entre Donald Trump e Joe Biden. A demora na contagem das células tem causado espanto em muitas pessoas no Brasil e em outras partes do mundo. São vários os fatores que ajudam a explicar o ritmo lento da apuração:
As eleições nos Estados Unidos não são coordenadas por uma instituição federal, como o Tribunal Superior Eleitoral aqui no Brasil. Isso influencia não só na apuração, mas em todo o processo eleitoral. Cada estado tem autonomia para definir o início da votação, por exemplo. Neste ano, quatro estados começaram a receber os votos antecipados no dia 18 de setembro, enquanto outros abriram as urnas para o início da votação em meados de outubro. Há diferenças até mesmo no design das cédulas dependendo do estado. Na apuração, cada estado também estabelece de forma livre o método de contagem de votos, o que dá margem às alegações de fraude e tentativas de judicialização, que acabam por retardar ainda mais o processo.
Nunca tantos norte-americanos votaram pelo sistema de correspondência quanto nessas eleições. A pandemia é o principal motivo para isso, porque os eleitores podem se sentir mais seguros por votar sem enfrentar filas e aglomerações nas ruas. Outra razão é o engajamento recorde de ambos os partidos, convocando os eleitores a participarem da votação -- que não é obrigatória no país -- o que aumentou, por consequência, o número de votos, dificultando a apuração. A checagem desses votos por correspondência é ainda mais complexa porque, em alguns estados, eles ainda estão a caminho dos centros de apuração, como na Carolina do Norte, por exemplo, que tem até o dia 12 para receber os votos.
Os votos de norte-americanos fora dos Estados Unidos, sobretudo de militares em bases espalhadas por várias partes do mundo, costumam demorar para chegar ao país, sendo mais um motivo de demora na apuração. O número de votos destes grupos não costuma ser tão expressivo, mas com a disputa acirradíssima em alguns estados, cada voto é importante para definir quem será o próximo presidente da maior economia e da democracia mais consolidada -- e complexa -- do mundo.
Falta de unidade nacional
As eleições nos Estados Unidos não são coordenadas por uma instituição federal, como o Tribunal Superior Eleitoral aqui no Brasil. Isso influencia não só na apuração, mas em todo o processo eleitoral. Cada estado tem autonomia para definir o início da votação, por exemplo. Neste ano, quatro estados começaram a receber os votos antecipados no dia 18 de setembro, enquanto outros abriram as urnas para o início da votação em meados de outubro. Há diferenças até mesmo no design das cédulas dependendo do estado. Na apuração, cada estado também estabelece de forma livre o método de contagem de votos, o que dá margem às alegações de fraude e tentativas de judicialização, que acabam por retardar ainda mais o processo.
Votos por correspondência
Nunca tantos norte-americanos votaram pelo sistema de correspondência quanto nessas eleições. A pandemia é o principal motivo para isso, porque os eleitores podem se sentir mais seguros por votar sem enfrentar filas e aglomerações nas ruas. Outra razão é o engajamento recorde de ambos os partidos, convocando os eleitores a participarem da votação -- que não é obrigatória no país -- o que aumentou, por consequência, o número de votos, dificultando a apuração. A checagem desses votos por correspondência é ainda mais complexa porque, em alguns estados, eles ainda estão a caminho dos centros de apuração, como na Carolina do Norte, por exemplo, que tem até o dia 12 para receber os votos.
Votos no exterior
Os votos de norte-americanos fora dos Estados Unidos, sobretudo de militares em bases espalhadas por várias partes do mundo, costumam demorar para chegar ao país, sendo mais um motivo de demora na apuração. O número de votos destes grupos não costuma ser tão expressivo, mas com a disputa acirradíssima em alguns estados, cada voto é importante para definir quem será o próximo presidente da maior economia e da democracia mais consolidada -- e complexa -- do mundo.
Publicidade