OMS diz que deixar o coronavírus circular livremente é antitético

A Organização Mundial da Saúde respondeu, indiretamente, cientistas que defendem que os jovens vivam uma vida normal para aumentar a circulação do vírus e obter a imunidade de rebanho, em que a quantidade de pessoas com anticorpos é grande o suficiente para atrapalhar a transmissão do vírus.

"Deixar que um vírus que não conhecemos bem circule livremente é antiético. Não é uma opção", afirmou nesta segunda o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"A escolha não pode ser entre deixar o vírus circular ou fazer confinamentos. Há muitas ferramentas já conhecidas e disponíveis para evitar a transmissão da doença", afirmou Ghebreyesus.

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A chamada Declaração do Grande Barrington de cientistas americanos e europeus, que defendem que os idosos e doentes sejam protegidos e os jovens voltem a circular, difere das ideias da Organização, que afirma que o número de pessoas suscetíveis a doença ainda é muito grande.

De país para país, a porcentagem de infectados varia, como, por exemplo, na Suécia, que não houve confinamento e a taxa é de 10,8%. Em Estocolmo, maior cidade da nação, são 16% os que já tiveram contato com o vírus. Além disso, ainda não se sabe por quanto tempo dura a imunidade já que casos de reinfecção ocorreram.

Também é preciso considerar as sequelas que a doença pode deixar. "Sabemos que há casos de sequelas no pulmão, no coração e no cérebro que ainda estamos estudando, por isso precisamos impedir não só mais mortes, mas também mais infecções", afirmou a líder técnica, Maria von Kherkove.

O último argumento é de que não somente pessoas mais velhas e doentes crônicos morreram, mas pessoas de todas as idades. "Deixar o vírus circular e mais gente adoecer significa aumentar desnecessariamente o sofrimento e as mortes", disse o diretor.