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Trump se contradiz e não garante transição pacífica

Enquanto o presidente americano afirmava na Casa Branca que não haverá transição mas continuidade, protestos eclodiam novamente nos EUA

Trump se contradiz e não garante transição pacífica
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Por Patrícia Vasconcellos

Nova Iorque - A agenda presidencial da quarta-feira (23.set) foi atualizada de última hora depois que Donald Trump já tinha avisado pelo twitter. "Coletiva de imprensa na Casa Branca hoje às 6 da tarde. Economia, ganho de emprego e desenvolvimento da vacina tudo indo ótimo!".  O começo foi mesmo sobre a pandemia. Trump falou sobre o fato da Johnson&Johnson ter anunciado o início da fase 3 de testes da vacina contra a Covid19, afirmou que o governo está preparando a distribuição de U$200 milhões para que os 50 estados distribuam a imunização para pessoas do grupo de risco e mais uma vez falou sobre a economia dizendo: "só nos últimos quatro meses criamos 10.6 milhões de empregos", disse Trump.

Entre todas as perguntas feitas pelos colegas, chamou atenção a seguinte: "Senhor presidente, ganhar, perder ou empatar nesta eleição, o senhor se compromete aqui, hoje, com uma transição pacífica do poder depois da eleição?" Trump respondeu: "Bom, vamos ver o que acontece. Você sabe disso. Eu estou reclamando fortemente sobre as cédulas e as cédulas são um desastre". O jornalista interrompe e insiste na pergunta: "Eu entendo isso mas as pessoas estão protestando. O senhor se compromete em dar a certeza (...) de que vai haver uma transferência de poder pacífica?" Trump responde: "Nós queremos nos livrar das cédulas e aí você terá uma transição pacífica. Não vai haver uma transição honestamente, vai haver uma continuidade".

Sobre as palavras do presidente americano duas observações. Quando Trump cita as cédulas, fala sobre o voto por correspondência, permitido nos Estados Unidos e que será adotado como opção em muitos estados para que os eleitores não se aglomerem nos centros de votação e assim se contaminem com a Covid19. Sobre afirmar que não vai haver transição mas sim uma continuidade, Trump deixa claro que está disposto a tudo se o resultado das urnas não for o da vitória republicana. No discurso da Assembleia Geral da ONU, na terça (22.set) ele já havia dito "quando nos encontrarmos aqui presencialmente ano que vem estaremos no melhor ano da história". Ao afirmar na Casa Branca que não haverá transição, Trump provocou uma onda de reações. O senador Mitt Romney, que é republicano, disse logo depois da coletiva do presidente na Casa Branca: "qualquer sugestão de que um presidente pode não respeitar essa garanti constitucional é impensável e inaceitável".



A indicação na Suprema Corte
No mesmo encontro com os jornalistas, na quarta à noite (23.set), Trump foi questionado sobre a substituta (ele já disse que será uma mulher) da juíza Ruth Ginsburg que faleceu na semana passada. "O senhor planeja se encontrar com Barbara Lagoa aqui em Washington e ela ainda está na sua lista?" perguntou o jornalista . Trump disse: "Ela está na minha lista. Eu não tenho um encontro planejado mas ela está na minha lista". Logo em seguida, o presidente afirmou que a questão do resultado das eleições de novembro vai ser resolvida na Suprema Corte. "Por isso acho importante termos nove juízes e eu acho que o processo vai indo muito rápido. Eu vou submeter às cinco da tarde de Sábado o nome da pessoa que eu escolhi para este momento (...) temos muito tempo ainda antes das eleições". O presidente não falou com meias palavras e segundo a imprensa local, Trump já tem advogados articulando maneiras que contestar a contagem do dia 3 de novembro entre ele e Joe Biden em vários estados. Isso levaria a uma disputa judicial que poderia levar meses até a data da posse do presidente eleito em 20 de janeiro de 2021.

Breonna Taylor e mais protestos
Enquanto Trump falava com os jornalistas na Casa Branca, a cidade de Lousville, no estado do Kentucky, vivia momentos de tensão e caos depois que a justiça americana decidiu não acusar os policiais que mataram Breonna Taylor. A jovem negra de 26 anos foi morta pela polícia em Lousville, em março deste ano. Policiais entraram a paisana em seu apartamento para cumprir um mandado de prisão que não necessita de aviso (no knock warrant). Houve troca de tiros entre o namorado de Breonna e os policiais e a jovem faleceu em casa. Nenhuma substância ilegal foi encontrada no local. O nome de Breonna Taylor é citado junto ao de George Floyd nos protestos contra o racismo e a violência policial que mais uma vez eclodem no país desde a última noite. Ao questionar sobre a transição pacífica, o jornalista, na Casa Branca, citou os protestos. Trump nada falou sobre o assassinato da moça. Lamentou o fato de dois policiais terem sido feridos nos protestos da última noite e citou o procurador geral do Kentucky, Daniel Cameron, que disse: "justiça não é algo fácil e não se encaixa nos moldes da opinião pública ou padrões. Responde apenas aos fatos e à lei. (...) justiça buscada com violência não é justiça, é revanche".

Os protestos contra o racismo e a violência policial levaram multidões na última noite (23.set) às ruas de Nova Iorque, Los Angeles, Chicago, Seattle, Washington DC. A família de Breonna chamou a decisão judicial de um procedimento vergonhoso. "Nada parece dizer que a Breonna importava" disse o advogado que representa os pais da jovem. 
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