Trump quer indicar novo integrante da Suprema Corte "sem demora"
Se a vontade do presidente norte-americano for validada pelo Senado, os EUA terão um novo nome definido no meio de um processo eleitoral
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Nova Iorque - Em Nova Iorque as bandeiras de todos os edifícios públicos, incluindo as que ficam no topo da ponte do Brooklyn, estão a meio mastro desde abril em respeito às vítimas da Covid-19. Agora as bandeiras americanas dos edifícios públicos de todo o país (incluindo as das embaixadas e consulados no exterior) deverão estar a meio mastro por determinação da Casa Branca. O comunicado assinado pelo presidente Donald Trump explica o motivo: "como sinal de respeito a Ruth Bader Ginsburg". A homenagem é à integrante da Suprema Corte americana que faleceu aos 87 anos em decorrência de um câncer no pâncreas.
Neste sábado (19 set), Trump usou as redes sociais para dizer que é uma "obrigação" dele indicar um nome para o lugar de Ruth "sem demora". "Fomos colocados nesta posição de poder e importância para tomar decisões pelas pessoas que nos elegeram com tanto orgulho, das quais a mais importante há muito tempo é considerada a escolha dos juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos. Nós temos esta obrigação sem demora!", escreveu no Twitter.
Dos nove integrantes vitalícios da Suprema Corte, cinco tem perfil conservador. A Constituição americana define que a indicação de um novo integrante cabe ao presidente. O Senado deve aprovar essa indicação - a maioria dos senadores é republicana, mesmo partido de Trump, e já há um entendimento de que não haverá atraso ou obstrução no processo.
Desta forma, os Estados Unidos teriam um novo integrante da mais alta esfera judicial escolhido em meio a um período eleitoral. Em março de 2016, contudo, o Senado alegou que não faria a sabatina de Merrick GArland, indicado do então presidente Barack Obama, porque estaria muito próximo da data do pleito. À época, a maioria da Casa era composta por parlamentares republicanos. A vaga só foi preenchida em 31 de janeiro de 2017, por Neil Gorsuch, escolhido já por Trump.
Igualdade às mulheres
Donald Trump soube do falecimento da juíza pelos jornalistas que viajaram com ele à Minnesota na sexta-feira (18 set). O presidente estava prestes a embarcar no Air Force One de volta à Washington quando um repórter disse: " Ginsburg faleceu". Trump se mostrou surpreso: "Ela acaba de falecer?" O repórter confirmou: "Sim". Trump então disse: "Uau, eu não sabia disso. Você está me dizendo pela primeira vez. Ela teve uma vida incrível, o que mais posso dizer? Ela foi uma mulher incrível, você concorde ou não (...) Estou realmente triste por ouvir isso". O vídeo traz no fundo a música Tiny dancer, de Elton John. Era a trilha sonora que coincidentemente tocava no local. As viagens de campanha de Trump sempre são acompanhadas de músicas do universo pop.
Além do detalhe curioso, vale destaque o tom usado por Donald Trump quando se referiu à juíza que por mais de uma vez foi criticada publicamente pelo presidente norte-americano no passado. O texto assinado por Trump na sexta diz: "Famosa por suas poderosas dissidências na Suprema Corte, a juíza Ginsburg sintetizou argumentos poderosos, porém respeitosos; que você pode discordar de alguém sem ser desagradável com ele. O trabalho da juiza Ginsburg ajudou a trazer maior igualdade para as mulheres, garantiu os direitos dos deficientes e continuará a influenciar nossa nação nas próximas gerações."
Nascida no Brooklyn, em Nova Iorque, filha de imigrantes judeus, Ruth Binsburg foi nomeada juíza da Suprema Corte americana em 1993 pelo então presidente Bill Clinton. Segunda mulher a tomar posse no seleto grupo de nove magistrados, Ruth era uma defensora da igualdade de gênero e teve nas últimas horas uma frase viralizada: "as mulheres pertencem a todos os lugares onde decisões são tomadas". Outra frase dita pela juíza também reverbera neste sábado. Quem a tornou pública foi sua neta, Clara Spera. Segundo Clara, a avó, que sempre discordou das ações do governo Trump - disse que seu desejo mais fervoroso era o de que não fosse substituída até que um novo presidente fosse empossado.
Neste sábado (19 set), Trump usou as redes sociais para dizer que é uma "obrigação" dele indicar um nome para o lugar de Ruth "sem demora". "Fomos colocados nesta posição de poder e importância para tomar decisões pelas pessoas que nos elegeram com tanto orgulho, das quais a mais importante há muito tempo é considerada a escolha dos juízes da Suprema Corte dos Estados Unidos. Nós temos esta obrigação sem demora!", escreveu no Twitter.
Dos nove integrantes vitalícios da Suprema Corte, cinco tem perfil conservador. A Constituição americana define que a indicação de um novo integrante cabe ao presidente. O Senado deve aprovar essa indicação - a maioria dos senadores é republicana, mesmo partido de Trump, e já há um entendimento de que não haverá atraso ou obstrução no processo.
Desta forma, os Estados Unidos teriam um novo integrante da mais alta esfera judicial escolhido em meio a um período eleitoral. Em março de 2016, contudo, o Senado alegou que não faria a sabatina de Merrick GArland, indicado do então presidente Barack Obama, porque estaria muito próximo da data do pleito. À época, a maioria da Casa era composta por parlamentares republicanos. A vaga só foi preenchida em 31 de janeiro de 2017, por Neil Gorsuch, escolhido já por Trump.
Igualdade às mulheres
Donald Trump soube do falecimento da juíza pelos jornalistas que viajaram com ele à Minnesota na sexta-feira (18 set). O presidente estava prestes a embarcar no Air Force One de volta à Washington quando um repórter disse: " Ginsburg faleceu". Trump se mostrou surpreso: "Ela acaba de falecer?" O repórter confirmou: "Sim". Trump então disse: "Uau, eu não sabia disso. Você está me dizendo pela primeira vez. Ela teve uma vida incrível, o que mais posso dizer? Ela foi uma mulher incrível, você concorde ou não (...) Estou realmente triste por ouvir isso". O vídeo traz no fundo a música Tiny dancer, de Elton John. Era a trilha sonora que coincidentemente tocava no local. As viagens de campanha de Trump sempre são acompanhadas de músicas do universo pop.
Além do detalhe curioso, vale destaque o tom usado por Donald Trump quando se referiu à juíza que por mais de uma vez foi criticada publicamente pelo presidente norte-americano no passado. O texto assinado por Trump na sexta diz: "Famosa por suas poderosas dissidências na Suprema Corte, a juíza Ginsburg sintetizou argumentos poderosos, porém respeitosos; que você pode discordar de alguém sem ser desagradável com ele. O trabalho da juiza Ginsburg ajudou a trazer maior igualdade para as mulheres, garantiu os direitos dos deficientes e continuará a influenciar nossa nação nas próximas gerações."
Nascida no Brooklyn, em Nova Iorque, filha de imigrantes judeus, Ruth Binsburg foi nomeada juíza da Suprema Corte americana em 1993 pelo então presidente Bill Clinton. Segunda mulher a tomar posse no seleto grupo de nove magistrados, Ruth era uma defensora da igualdade de gênero e teve nas últimas horas uma frase viralizada: "as mulheres pertencem a todos os lugares onde decisões são tomadas". Outra frase dita pela juíza também reverbera neste sábado. Quem a tornou pública foi sua neta, Clara Spera. Segundo Clara, a avó, que sempre discordou das ações do governo Trump - disse que seu desejo mais fervoroso era o de que não fosse substituída até que um novo presidente fosse empossado.
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