Vereadores são presos em operação contra grupo do PCC que fraudou licitações em SP
Ao todo, são cumpridos mandados de busca e apreensão em 42 endereços em todo Estado
O Ministério Público de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e a Polícia Militar deflagraram nesta terça-feira (16) a Operação Muditia para desarticular um grupo criminoso ligado ao PCC, investigado por várias fraudes em licitações em cidades de todo o Estado.
27 promotores, 22 servidores e mais de 200 militares cumprem mandados de busca e apreensão em 42 endereços, além de mais 15 de prisão temporária, expedidos pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos.
As ordens judiciais incluem prisão cautelar de agentes públicos, como três vereadores de cidades do Alto Tietê e litoral.
As investigações apontam que as empresas atuavam recorrentemente para frustrar a competição nos processos de contratação de mão de obra terceirizada no Estado, em diversas prefeituras e Câmaras Municipais.
Cidades como Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri, Itatiba, além de outros municípios estão com contratos em análise.
Segundo os promotores, havia simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico.
Também há indicativos da corrupção sistemática de agentes públicos e políticos -- secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros -- e diversos outros delitos, como fraudes documentais e lavagem de dinheiro.
As empresas do grupo têm contratos públicos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos.
Alguns deles atendiam aos interesses do Primeiro Comando da Capital, o PCC, influenciava na escolha dos ganhadores de licitações e reparte os valores auferidos de forma ilegal.