Justiça decreta a prisão de presidente, vice e mais quatro integrantes da Mancha Verde
Torcedores do Palmeiras são acusados de envolvimento na morte de cruzeirense após emboscada no último domingo
A Justiça de Mairiporã, na Grande São Paulo, decretou nesta quarta-feira (30) a prisão de seis integrantes da torcida Mancha Verde, incluindo o presidente e o vice da organizada, por envolvimento na emboscada contra cruzeirenses, no último domingo (27).
Jorge Luiz Sampaio e Felipe Mattos dos Santos, o Fezinho, presidente e vice-presidente da torcida organizada do Palmeiras tiveram a prisão decretada no fim da tarde. Outros quatro integrantes da diretoria também são procurados: Leandro Gomes dos Santos; Henrique Moreira Lelis; Neilo Ferreira e Silva, conhecido como Lagartixa, e Aurélio Andrade de Lima.
Todos são acusados de participar da emboscada à torcida Máfia Azul, do Cruzeiro, no último domingo, na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã.
O torcedor do Cruzeiro José Víctor Miranda, de 30 anos, morreu depois de ter parte do corpo incendiado e de ser espancado pelos integrantes da Mancha Verde. Outro torcedor do Cruzeiro está internado em estado grave.
As prisões dos integrantes da Mancha Verde são temporárias, por 30 dias. Eles são investigados por homicídio, lesão corporal, crime de incêndio e associação criminosa. O presidente da Mancha Verde é apontado como o mentor intelectual do ataque.
A investigação já colocou Jorge Luiz Sampaio na cena do crime. O sinal do telefone celular dele mostra que o presidente da Mancha Verde estava no local da emboscada no momento do ataque.
A emboscada, segundo policiais, foi uma vingança. Em 2022, os integrantes da Mancha Verde foram agredidos no interior de Minas Gerais. Os cruzeirenses da Máfia Azul espancaram Jorge Luiz e roubaram os documentos dele. O RG e a carteirinha do presidente da Mancha Verde foram mostrados como um troféu, por diversas vezes, nas redes sociais.
Os outros palmeirenses foram identificados em imagens feitas pelos próprios agressores em Mairiporã, postadas em redes sociais, e pelas placas dos carros usados pelo bando. Os veículos foram gravados por câmeras da Guarda Civil Municipal.
Advogados do presidente da torcida organizada e da própria Mancha Verde estiveram na delegacia.
"Foi decretado o segredo de Justiça, então nós não tivemos acesso ainda. Agora o doutor passou o número do processo, e a gente vai se habilitar pra saber o que tem lá. Não posso falar nada sem ter acesso aos autos", disse Gilberto Quintanilha, advogado do presidente da Mancha.