Justiça decide manter Ronnie Lessa em presídio federal no MS
Ex-PM está preso desde 2019 por matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes
A Justiça manteve o ex-PM Ronnie Lessa, preso por matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, no presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS). A decisão, de autoria do juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5ª Vara Federal de Campo Grande, é de que o criminoso fique detido no estado pelo prazo de um ano.
+ Quem mandou matar Marielle e qual a motivação do crime? Veja os novos detalhes revelados pela PF
A renovação do prazo, feita na quarta-feira (3), aconteceu um dia após Fiorentini determinar que Lessa fosse retirado da penitenciária federal e voltasse ao Rio de Janeiro. Na data, ele argumentou que não havia recebido um pedido da Justiça fluminense para prorrogar a permanência do criminoso no sistema federal, que expirou em 21 de março.
Em nova análise, o juiz reconsiderou a decisão, argumentando que tomou ciência de um despacho de 19 de março da 4ª Vara Criminal do Rio, que determinou pela permanência de Lessa por três anos em uma unidade de segurança federal. Com isso, o criminoso deverá permanecer na prisão de Campo Grande até 21 de março de 2025.
Ronnie Lessa está preso desde 2019 pela participação nos assassinatos de Marielle e Anderson, ocorridos em 2018. Neste ano, seu acordo de delação – quando o delator colabora com as investigações – resultou na prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, apontados como mandantes do crime, e do delegado Rivaldo Barbosa.
Relembre o caso
O crime ocorreu no dia 14 de março de 2018. Marielle voltava de um evento na Lapa (RJ) quando o carro em que estava foi atingido por vários disparos. Quatro tiros atingiram a vereadora, sendo três na cabeça e um no pescoço, enquanto três atingiram Anderson. Fernanda Chaves, assessora de Marielle, também estava no veículo, mas sobreviveu.
A arma usada no assassinato foi uma pistola 9 milímetros, segundo a polícia. Desde o início, os investigadores apontaram que o crime foi premeditado, uma vez que, pela direção dos disparos contra o carro, os assassinos sabiam onde Marielle estava sentada, mesmo com os vidros do veículo cobertos com película escura.
A suspeita foi confirmada logo depois. Em 2019, a polícia chegou ao executor da morte de Marielle: Ronnie Lessa. Ele foi preso pela participação nos assassinatos e condenado, em 2021, a quatro anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime. O condutor do veículo em que Lessa estava, Élcio de Queiroz, também foi preso.