Lessa pesquisou CPF de Marielle dois dias antes do crime
PF detalha passo a passo da preparação para o assassinato, revelado em delação do motorista Élcio
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O delegado da Polícia Federal, Guilhermo Catramby, afirmou em coletiva nesta 2ª feira (24.jul) que Ronnie Lessa, preso pela execução de Marielle, pesquisou os dados da vereadora e da filha dela, Luyara Santos, dois dias antes do crime.
O superintendente regional da PF, Leandro da Costa, afirmou que as pesquisas de Lessa foram feitas em um banco de dados privado e que esta confirmação foi um achado importante para as investigações. Lessa teria usado o banco de dados para checar o endereço da vereadora antes da execução.
Outra apuração importante foi conseguida com o depoimento da esposa de Lessa: ambos não se encontravam em casa no dia 14 de março - dia do assassinato.
O superintendente da PF disse que a operação desta 2ª feira "fechou a mecânica" da execução do crime e que agora a polícia está preocupada em buscar envolvidos na autoria intelectual do crime.
A operação desta 2ª feira (24.jul) é um desdobramento da delação do motorista Élcio Queiroz. Ele e Ronnie Lessa estão presos e aguardam julgamento.
Delação do motorista
Segundo os investigadores, a delação de Élcio Queiroz foi motivada depois da polícia produzir provas "contundentes" que confirmariam a sua participação no crime.
Na coletiva, o delegado Guilhermo Catramby detalhou os passos relatados pelo motorista na delação. Conforme o delegado, Élcio teria chamado Ronnie por aplicativo de mensagens e este estaria com uma bolsa quando entrou no carro. Élcio teria dito que Ronnie começou o trajeto no banco da frente do veículo, deslizou para o banco de trás, se equipou e ficou vigilante. A partir da saída de Marielle, ambos teriam seguido e emparelhado o carro até a execução. Na fuga, eles teriam parado o veículo na casa de Ronnie Lessa, entregado a bolsa para o irmão dele, Denis Lessa, que teria chamado um táxi para completar a fuga do bairro do Méier até a Barra da Tijuca.
Segundo a PF, a investigação conseguiu confirmar a corrida com a cooperativa de taxi, o que corroborou a delação de Élcio.
Prisão de hoje
Segundo os investigadores, Maxwell Simões Corrêa, o Suel, preso na operação desta 2ª, auxiliou e participou da guarda do carro usado no crime e na vigilância de Marielle. Além disso, ele foi responsável pela troca das placas do veículo e por contactar a pessoa para "dar fim" ao carro.
O promotor Eduardo Martins afirma que a prisão de Maxwell também foi justificada porque se descobriu que ele "auxiliava na manutenção da família do Elcio e da própria defesa até recentemente".
Maxwell já havia sido preso por se desfazer das armas usadas no crime. "Solto, continuaria a se desfazer de provas", disse o promotor Eduardo Martins.
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