CPI do 8 de janeiro: Câmara do DF escuta depoimento de ex-equipe de Torres
Comissão foi instalada para apurar se houve omissão na segurança pública de Brasília
Camila Stucaluc
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) inicia, nesta 5ª feira (2.mar), a coleta de depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro. No primeiro dia, serão ouvidos Fernando de Souza Oliveira e Marília Ferreira Alencar, ambos ex-integrantes da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) do Distrito Federal, comandada, na época, pelo ex-ministro Anderson Torres.
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Em depoimento à Polícia Federal, Marília, ex-subsecretária de Inteligência, já revelou que as forças de segurança foram avisadas com antecedência sobre o aumento do número de manifestantes acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Além disso, como faziam parte dos grupos de mensagens dos organizadores dos atos, as autoridades estavam cientes das manifestações desde o dia 5 de janeiro.
"Foram observadas falas de incitação para prática de ações adversas, como ocupações de prédios públicos, todavia sem uma coordenação efetiva. Na noite de 7 de janeiro, porém, os informes recebidos e compartilhados indicavam um clima tranquilo no acampamento e ainda não havia definição sobre a descida dos manifestantes para a Esplanada dos Ministérios", explicou Marília, acrescentando que o grupo antecipou a manifestação.
Espera-se que o depoimento de Marília não mude, auxiliando nos diversos pontos sob investigação pela CPI. Além dela e de Fernando, serão coletados mais seis depoimentos em março. Na 6ª feira (3.mar) será a vez de Torres, atualmente preso por omissão nos atos, depor na Câmara. Cerca de duas semanas depois, no dia 16, serão ouvidos os coronéis Jorge Eduardo Naime e Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues.
Já no dia 23, serão ouvidos o ex-secretário da SSP que ocupou o cargo até o início de dezembro do ano passado, Júlio de Souza Danilo, e o tenente-coronel da Polícia Militar do DF Jorge Henrique da Silva Pinto. O encerramento das tomadas de depoimento de março será feito no dia 30, com a oitiva do ex-comandante da Polícia Militar do DF, coronel Fábio Augusto Vieira.
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"Não usaremos este espaço para cometer injustiças nem entrar em searas que não são nossas. Vamos cumprir o que diz o regimento desta Casa legislativa e o que determina a Constituição, mas vamos a fundo com a investigação de todos os fatos", frisou o deputado distrital Chico Vigilante (PT), presidente da CPI.
